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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

As Cinzas, uma tradição antiga

16 fevereiro 2024 - 05h00

Após o Carnaval o povo volta à vida real, porém, sem ter conseguido alguma chance melhor para ser verdadeiramente feliz, e na quarta-feira de cinzas lota as igrejas. Reconhece que tudo é passageiro. O que vale é a festa da vitória da vida, da justiça, do amor e da paz, no lar e no mundo inteiro. Reconhece que só em Deus pode encontrar nova força, novo alento, nova esperança, considerando que o carnaval atrai sim, mas para uma grande e fatal ilusão.
A quaresma vem dizer ao pobre, ao homem sensato e justo, que a história, a cultura e a fé se constroem antes de tudo, liberando o ser humano do maldito destino de morrer de fome ou de viver sem saber ler e escrever ou exposto a todo tipo de violência.
Razões para destinar emendas parlamentares, recursos, patrocínios e dinheiro para um bem maior é o que não falta. Porém, o que temos nas costas da história do Brasil é o chamado Orçamento secreto sem a devida identificação.
A quaresma vem nos lembrar que tudo aquilo que contamina o homem como orgulho, poder, ambição, ganância, consumismo desenfreado, deve sair, deve ser purificado. Não custa tentar. Veremos um novo Brasil surgir das cinzas, um novo povo, uma nova pátria, uma nova história, uma nova Ordem.
Muitos louvam o calendário do Carnaval. Afinal são cinco ou seis dias de festança e durante estes dias as crianças não tem aulas, os namorados aproveitam para viver momentos mais românticos, os tambores tocam e os adultos escolhem a praia, o sambódromo, o sítio, a fazendinha, os parques, deixando de lado os projetos, as novidades e as prioridades definidas para o ano de 2024.. Quanto àqueles que cometem abusos na euforia do carnaval, vale o sentido das cinzas e da quaresma que convidam ao jejum, à oração e à penitência.
Graças a Deus que o espetáculo encantador do carnaval irreversivelmente se desfaz.
O mapa dos sambódromos não mostra o mapa da vida dos brasileiros, não mostra o mapa de uma sociedade corroída pela corrupção.
Com certeza o barulho dos tamborins cobre o grito dos excluídos, dos que vivem sem casa, sem recursos, sem asfalto, dos que clamam pela igualdade e pela justiça.
O Carnaval acaba apagando a memória das matanças no campo, nas favelas do Rio, das traições dos políticos, da escravidão que ainda existe no Brasil. É conveniente ver o povo esquecer os fatos políticos e as desgraças causadas pelos homens, pela ganância e o poder.
O Brasil todo assiste, aplaudindo a magnificência do aparato carnavalesco das escolas de samba que desfilam carregando no peito a esperança de encantar o público e sonhando com a conquista do título de campeã.
As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste dia, são um símbolo para a reflexão, sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória e efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte e a ressurreição para uma vida nova.