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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Deixará saudades, o quase centenário Pasquale Zuppo

16 julho 2020 - 23h59
Pasquale Zuppo, pai do Dr. Vito Zuppo, faleceu com 97 anos, aos 5 de junho em Suzano, onde morava há mais de 10 anos. Era casado com Matilde Frugis, de origem italiana, com quem teve 2 filhos, o Dr. Vito que vem exercendo a profissão de médico particular e hospitalar há muitos anos em Suzano e o Dr. Natal, residente em Santos.
O Sr. Pasquale foi durante 50 anos, operador do caixa na festa de São Vito Mártir, no Brás. Ficava na entrada do salão de festas, se alegrando com o valor arrecadado nos finais de semana de junho e julho, pois este era revertido em prol da creche mantida pela Associação Beneficente São Vito Mártir. Este ano, devido à pandemia não teve a festa. O salão que estava sempre bem cheio de gente, alcançando o teto de 3.000 pessoas por noite, ficou vazio. A festa faz parte do calendário culinário e turístico da cidade de São Paulo.
Os suzanenses, que de carro ou com grupos organizados pelo Fernando Amaral ou pelo Irineu Renzi iam de ônibus para a festa, ao entrar no salão, passando pelo caixa, cumprimentavam o Sr. Pasquale e de modo todo especial, eu cumprimentava também a esposa, sra. Matilde que se encontrava na barraca das ficazzas e ficazzellas (pastel frito com tomate, mussarela e orégano).
O Sr. Pasquale era filho de imigrantes italianos, de Natale Zuppo e Catarina Gravina Zuppo e sabia encaixar na conversa palavras na língua italiana e no dialeto que os pais usavam no dia a dia. Ao fazer parte da festa, ficando durante 50 anos no caixa, de alma nobre, prestava conta das entradas com transparência, pois considerava a Associação sua família, merecendo a honra de prestar um serviço ininterrupto, permitindo que houvessem as melhorias necessárias na manutenção da creche.
Era palmeirense, porém, não falava para ele que eu era corinthiano, pois me tornei torcedor pelo simples motivo de alguns amigos corinthianos terem me oferecido a oportunidade de assistir vários jogos do Corinthians. Falando nisso, quero me desculpar, por ter escrito no artigo publicado na semana retrasada, que Nardinho, Secretário de Esportes, era são-paulino. Várias pessoas, deram em cima do meu amigo e tudo de melhor que se possa pensar do Nardinho é saber que é de cara um grande corinthiano. A idade avançada não assustava o sr. Pasquale. Além da rotina cotidiana, entre a cama, a mesa e a almofada, aceitava qualquer convite para sair, vencendo o tédio se distraindo nos ambientes públicos que frequentava em companhia de seus filhos.
Pelejava para chegar aos 100 anos, com ares de triunfo, decidindo o destino de sua existência se mantendo protagonista com o seu dinamismo senil.
Estive com ele no aniversário comemorado em fevereiro, organizado pelo filho Vito e pela nora Rita Spaolonzi. O Sr. Pasquale se manteve na altura do papel social de aniversariante protagonista da festa, adentrando às vezes o mundo do silêncio, que era quebrado com as lembranças e histórias do passado.
Fiquei conversando e comendo com ele, reconhecendo a existência rica e exuberante de um homem que tinha os olhos fixos na família, na comunidade de São Vito e na sociedade que o rodeava. Uma Missa em sua memória será realizada no dia 27 de julho às 19h30 na Matriz de São Sebastião de Suzano.