sábado 27 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Dignas de honra

08 março 2024 - 05h00

Elas nos representam, enquanto mulheres. Pode ser a Ângela, a Marcinha, a Maria, a Judite... Elas têm algo em comum - estão lutando contra o câncer há alguns anos. Elas fazem uma sessão de quimioterapia ou radioterapia e, não demora muito, lá estão elas de novo com as atividades rotineiras. Elas não se entregam. Se você conversar com elas, pode sentir a fé e a alegria que vêm do interior delas. Elas nos inspiram pela fé, coragem, força, resiliência, perseverança, esperança. A vontade de viver é tão grande, de modo que não parece existir tempo ruim para elas. São mulheres com o coração cheio de gratidão. Cada dia de vida é um milagre que merece ser celebrado. Cada pequeno avanço na luta contra a doença é motivo de comemoração. Elas valorizam a amizade, os gestos de carinho, o amor! Elas continuam sonhando, empreendendo, fazendo, realizando. Essas mulheres, definitivamente, nos inspiram! 
Existem tantas mulheres igualmente inspiradoras, que ficam na invisibilidade. Muitas delas estão em casa, cuidando de seus filhos pequenos, educando-os, cuidando do lar, e isso não é considerado atualmente como uma obra de prestígio. É sabido que muitas mulheres têm esse desejo, mas as condições econômicas não permitem que façam isso. Outras mulheres inspiradoras saem todos os dias bem cedo para trabalhar, a fim de garantir o sustento de suas famílias; enfrentam conduções lotadas, trabalham arduamente, chegam tarde em casa, onde ainda têm que dar conta das atividades domésticas. É a realidade da maioria das mulheres na atualidade! Uma pequena parte consegue desenvolver uma carreira sem abrir mão do casamento, dos filhos, pois tem o apoio do marido e de outros familiares. Convivi de perto com minha avó materna. A história de minha avó é semelhante à de muitas outras mulheres de sua época. Muito jovem foi obrigada a se casar com o homem escolhido pelos pais, tendo que abrir mão do homem a quem verdadeiramente amava. Conviveu com um marido que não foi tão bom assim para ela! Teve onze filhos, cuidava da roça, da casa, e não pôde frequentar a escola. Não sabia ler nem escrever. Aprendeu, no entanto, a lidar bem com dinheiro, dar troco e administrar como ninguém. Ficou viúva cedo. Em razão disso, os filhos começaram a trabalhar precocemente para ajudar. Conseguiu com poucos recursos criar e educar os filhos. A casa dela era grande e bem cuidada - um jardim maravilhoso na frente, que ela mesma cultivava, e um pomar nos fundos. Ela cuidava de tudo. A história da minha avó representa uma época, uma história, uma condição feminina, em que as mulheres pouco podiam escolher!
Recentemente, escrevi sobre as filhas de Zelofeade, que reivindicaram justiça e obtiveram bons resultados não apenas para elas mas também para as demais mulheres do povo hebreu. Vimos nesse caso que a lei vigente era injusta. As filhas de Zelofeade, por serem mulheres, não tinham direito à herança do pai. Conforme as leis estabelecidas, a herança passaria para o domínio público. Elas consideraram essa lei injusta. Então, lutaram para que houvesse mudanças, e a justiça fosse feita, o que aconteceu. Ao longo da história constatamos tantas injustiças em relação às mulheres. É fato que as mulheres, nos dias atuais, ganharam maior visibilidade e independência. Em razão dessas conquistas, há um discurso muito forte de que elas são autossuficientes. Mas, se formos analisar , a vida das mulheres não está nada fácil. Elas têm sobrecarga de trabalho, dão conta de muitas coisas ao mesmo tempo; são "cobradas" ao extremo, em todos os sentidos, tendo que mostrar que, realmente, "dão conta do recado", e ainda são vítimas frequentes de violência. Jesus valorizou as mulheres. Deus fez a mulher idônea e capaz de muitas realizações, sensível, terna, feminina, digna de amar e ser amada, digna de ser respeitada e honrada!