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Jornal Diário de Suzano - 30/04/2024
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Coluna

Economia descontrolada no Líbano e guerra, sombras que afetam os libaneses da Região

10 novembro 2023 - 05h00

O povo libanês carrega no peito reservas de vida que nenhum invasor, nem o exército dos persas, nem dos romanos, nem dos árabes, nem dos sírios ou dos israelenses conseguiram destruir com as armas da morte, da dominação e do poder.
O Líbano é dos libaneses, descendentes dos fenícios que nessa terra e em seu mar treinaram um povo comercialmente rico e feliz, com um sistema sócio cultural e religioso, capaz de irradiar sobre todo o Oriente a luz da paz e da justiça. É verdade que no passado e também nos dias de hoje os libaneses suportaram e estão suportando dias pesados e noites carregadas de medo. Já no final dos anos 70, quando os libaneses não quiseram mais a presença do exército Sírio, que estava no Líbano para manter uma certa ordem no país, devido aos conflitos internos, enfrentaram uma forte repressão militar dos sírios contra os militares libaneses. Entre os soldados libaneses havia um jovem cujos pais tinham deixado o Líbano e se encontravam num dos municípios da Região do Alto Tietê. O jovem fazia parte de um pelotão libanês que no conflito contra os militares sírios, precisou empunhar a metralhadora e atirar contra os sírios.
Se deu mal quando um dia saiu de casa à paisana para ir abastecer o carro. Foi alvo de diversos tiros disparados pelos militares sírios contra o seu carro, atingindo sobretudo pneus e vidros e teria morrido se não tivesse conseguido dirigir até aonde havia mais libaneses que o protegeram e salvaram da morte. No entanto, aos pais chegou a notícia da morte do jovem, que por sua vez não tinha como se comunicar com os pais e contar o que tinha acontecido. O Líbano é uma dádiva e uma desgraça, tudo ao mesmo tempo. O pai acabou sabendo mais tarde que o filho estava vivo.
Tudo quieto agora no Líbano? Não! Sempre que posso, procuro conversar com os meus amigos libaneses sobre a situação do Líbano. Não é que o país esteja bem do ponto de vista econômico e politico. Não se consegue eleger um presidente e a economia precipitou-se numa inflação descontrolada. No passado, em 2006, a cidade de Beirute foi bombardeada com uma grande carga de pólvora, explodindo prédios, edifícios e casas, por causa do conflito entre Israel e grupos de palestinos antissionistas que se encontravam no Líbano, lançando foguetes contra Israel. No Líbano o equilíbrio é instável. É verdade que convivem pacificamente as principais culturas: a cultura muçulmana que exige das mulheres a cobertura total do rosto e do corpo e a cultura ocidental, que leva as moças ao uso das minissaias. É uma realidade que a religião muçulmana e a católica maronita convivem pacificamente com a enorme mesquita azul na Praça dos Mártires em Beirute e ao lado dela a Catedral maronita. No entanto, a situação, sobretudo a política, entre xiitas e sunitas se depara entre pérolas e pólvoras por viver com Israel uma situação muito delicada, e crítica. Hoje, os libaneses vivem entre o medo do crescimento econômico e a temida pressão da Síria que apoia os xiitas do Hezbollah. Por interesses políticos e estratégicos, também os Estados Unidos, Rússia, Irã e Israel pressionam o Líbano a manter contatos com seus governos. É como se católicos maronitas, muçulmanos xiitas, drusos e sunitas tivessem seu protetor entre um desses atores internacionais.