No Brasil e nos demais países é necessário valorizar e resgatar as culturas jogadas pela sociedade consumista e pelo poderio da tecnologia, na escuridão do subsolo.
A culturas devem ser recuperadas porque são o patrimônio dos povos que as criaram genialmente. Arte, música, dança, literatura, contato com a natureza, constituem o perfil cultural de muitos povos.
Quando, porém, começou o afrontamento entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos, tornou-se inviável a vida das culturas simples e humildes, pois tiveram que dar lugar ao macro desenvolvimento da tecnologia, da produção, do mercado, do lucro e do capital. Isso fez com que nem todas as culturas conseguissem entrar e permanecer na área luminosa e fascinante do desenvolvimento.
A expansão da cultura ocidental mediante o colonialismo, as guerras, e as conquistas, relegou a níveis insignificantes a cultura dos povos subdesenvolvidos.
Ao tempo da chegada dos portugueses ao Brasil, o país tinha perfil indígena, com uma população que respirava o ar puro da natureza, que bebiam das águas que nasciam nas serras, que viviam no meio das florestas.
Com a ocupação europeia e a escravização dos africanos seja na América do Norte ou no Brasil, não se soube criar um novo e multiforme cenário pluricultural.
Houve apenas a dominação da cultura dos brancos com um processo civilizatório, ambíguo, discriminatório, e inadequado à vida dos índios e dos negros.
Hoje se tenta resgatar as culturas, negra, indígena e popular, mas um outro inimigo apresenta-se e as impede de sobreviver, é a sociedade de consumo, que tem o poder de reduzir tudo ao valor de mercado, de produto e objeto, que de um dia para outro, não servem mais e são descartáveis; pessoas ideias e tradições.
A sociedade de consumo é a grande responsável pelas frustrações que alimentam a vida do povo, que movido pela novidade do mercado quer de qualquer maneira e com meios violentos se igualar aos que tem um maior poder aquisitivo.
Nos grandes centros urbanos assistimos a grandes ondas de violência, furto, invasões de casas, apartamentos e condomínios.
A cultura consumista avança e dirige-se à população com novos padrões de consumo e novos produtos de mercado e comércio e vão se perdendo os sinais da cultura humanista, ambientalista e artesanal e o respeito pelas tradições culturais dos povos indígenas e afro brasileiros.
Esses, com muita dificuldade tentam manter vivas as belas danças, músicas, roupas, terras e terreiros que fazem parte de tradições ancestrais.
Queremos homenagear essas tradições dando-lhes todo o amparo, para assim lhes compensar tudo o que deveríamos, mas não conseguimos lhes dar.