Comemoramos em 2 de novembro o Dia dos Finados. Dia de silêncio, de meditação, oração e recordação. Sentimos que a ausência dos que já se foram faz muita falta, trazendo dor e tristeza. Como seria bom se acreditássemos na ressurreição e na vida após a morte. Inúmeros obstáculos, preconceitos e tabus existentes e plantados em nosso planeta por séculos não podem nos alienar do papel de levar os nossos irmãos a olhar a cidade nova celeste e lá viver a plena cidadania.
Será que a morte deixará de ser o repugnante tabu para podê-la carregar em nosso peito, mesmo que estejamos ainda vivos?
Os corpos dos nossos irmãos sepultados nos cemitérios, são como as sementes de trigo semeadas nos campos, no tempo oportuno brota a espiga. Tão pequena era a semente escondida debaixo da terra. Ela cresceu e transformada em pão, passou a ter um lugar privilegiado na mesa das famílias. Também as criaturas, da escuridão da terra, passarão a ter um lugar privilegiado na mesa do Cordeiro.
Caminhamos com Cristo na terra e viveremos com Ele no céu. Graças a Deus que existem criaturas virtuosas e coerentes que trilham o caminho da virtude, da santidade e caridade, merecedoras de participar da família divina.
Que respostas ofereceremos quando formos julgados sobre os atos praticados ao longo da vida?
Creio que sempre somos desafiados, mesmo fragilmente e talvez no meio das crises, a viver na busca de novas práticas e atitudes e de novos caminhos.
Em meio a tantas dificuldades, brota, como dizia no começo, a espiga dourada que se transformará em trigo, farinha e pão. Da mesma forma, nos transformaremos em novos seres humanos, com novos corpos, à semelhança do corpo glorioso de Cristo.
Deixaremos o corpo corruptível, diz São Paulo, e nos revestiremos de um corpo novo, jovem e incorruptível.
Devemos manter como cristãos a reafirmação da nossa fé na ressurreição, na vida após a morte e cada dia gerar vida nova, como diziam os antigos: “ Incipit vita nova”
A morte nos intriga, mas unidos ao Deus da vida, venceremos e veremos em cada criatura que deixou a terra, a imagem da pessoa nova, viva e verdadeira, recriada e idêntica ao antigo rosto, semelhante ao rosto glorioso de Cristo. Ressuscitado.