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Jornal Diário de Suzano - 30/04/2024
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Coluna

O iraquiano Ismail trabalhou em Suzano com maquina fotográfica e cavalinho

24 novembro 2023 - 05h00

Ismail Marmud Abdel Majo Jaber nasceu no Iraque. O país confina com Irã, Arábia Saudita, Kuwait, Jordânia, Síria e Turquia, países que constituem o Oriente Médio.
Dois grandes rios atravessam o Iraque, o Tigre e o Eufrates. Foi entono destes desses dois rios que o autor do Livro do Genesis colocou com fecunda e fértil imaginação a realidade do Paraíso terrestre e o início da vida humana com Adão e Eva.
Na sua geografia o Iraque possui grandes desertos que provocam violentas tempestades de areia. Devido aos conflitos bélicos que atingiram duramente o Iraque na guerra contra o Irã e o Kuwait, Ismail deixou o país aos 18 anos e veio ao Brasil em 1953. Foi trabalhar nas fazendas de Sorocaba e no finalzinho dos anos 50 se estabeleceu em Suzano.
Aqui exerceu a profissão de fotógrafo, andando pelas ruas e praças, usando o cavalinho de madeira ou o carneirinho.
Nesta época, era muito comum que fotógrafos circulassem pelas praças e ruas oferecendo para as famílias um serviço bem específico: fotografar as crianças em cavalinhos de madeira ou de verdade. “Ser criança, posar para a foto na porta de casa ou na pracinha e recebê-la revelada na mesma hora era a maior alegria, tanto para a família, quanto para criança. No entanto, havia criança, diz o filho de Ismail, o sr. Rui Cesar Abdel, que chorava ou ficava com medo, principalmente quando o bichinho era de verdade”.
O aposentado Ismail, falecido recentemente com 88 anos, foi por muitos anos responsável pelas fotos com o cavalinho ou o carneirinho. Era nos finais de semana que ele andava pelas ruas de Suzano ou nos bairros.
No lugar do cavalinho de madeira, às vezes, as crianças eram fotografadas em um cordeiro colorido. Conta o filho Rui, que encontrei na Missa de sétimo dia, que o pai oferecia o seu trabalho sem levar nenhum animal. Ele fotografava as noivas em suas casas antes da cerimônia, na Igreja e também as crianças nos aniversários.
A profissão teve seu auge, quando as famílias frequentavam a praça da cidade, que naquela época era muito mais alegre, mais cheia de vida, as pessoas mais felizes e as famílias mais unidas.
A procura pelas fotografias nos cavalinhos começou a diminuir quando os fotógrafos se profissionalizaram com maquinas fotográficas de recursos mais avançados e qualidade de imagem.
Com certeza as famílias antigas de Suzano guardam registros de crianças posando para fotos em cordeirinhos, cavalinhos de madeira ou verdadeiros. Seria um bom material para uma bela exposição.
Quando o sr. Ismail decidiu mudar de ramo, manteve aberta durante um certo período de tempo, a loja de móveis usados na Rua Francisco Glicério de fronte à Drogaria São Paulo.
À esposa Dona Hilda as nossas condolências e se ela ainda tiver a antiga máquina fotográfica do sr. Ismail, poderia guardá-la no Casarão da Memória “Antônio Marques Figueira em Suzano.