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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Sem trabalho não há cidadania

11 setembro 2020 - 05h00
Não se pode dizer que o povo seja feliz. Não está! E tem toda a razão para isso.
O mundo do trabalho está sendo profundamente afetado pela pandemia global do vírus. Além da ameaça à saúde pública, a pandemia acarreta impactos econômicos e sociais que afetam os meios de subsistência e o bem-estar de milhões de pessoas no longo prazo.
O mercado de trabalho não oferece muitas oportunidades de serviço e de bons salários. O setor privado parece ter as portas fechadas e de forma geral não garante aos trabalhadores uma estabilidade, não somente em termos de permanência na ocupação do serviço, mas também em termos de remuneração. Vemos assim como a maioria dos desempregados está em busca de um emprego no setor público municipal, estadual ou federal. Mas não o encontra. 
A consequência disso é que a marginalidade aumenta tornando-se cada vez mais grave e perigosa. Grandes contingentes da população não conseguem emprego formal, devidamente remunerado e protegido pela legislação trabalhista. A opção é pelos concursos no setor público, que se apresentam vantajosos, atraindo milhares de jovens em busca de algumas das vagas oferecidas. Mas o número limitado das vagas acaba deixando a maioria sem esperança de conseguir emprego. Uma porta aberta no setor público é a contratação oferecida, porém, somente aos filiados inscritos nos partidos que apoiam os governos municipais, estaduais ou federal. 
Uma forma muito criticada porque privilegia os partidos que estão no governo e não a população, tornando-se uma prática mais discriminatória e menos democrática. 
Cabe ao poder público a obrigação de oferecer um emprego aos " pobres" sejam eles filiados aos partidos de governo ou não. As Prefeituras ou as empresas privadas, deveriam oferecer a realização dos serviços básicos como manutenção, jardinagem, limpeza, faxina, aos desempregados, às pessoas de baixa renda ou para quem está nos albergues, nos abrigos, na moradia transitória, ou com bolsa- aluguel e para aqueles que já recebem atendimento pela rede da assistência social da cidade. Muitos cidadãos estão sem qualificação profissional, porque não tiveram os meios para pagar as mensalidades da Faculdade ou arcar com as despesas de cursos preparatórios para os concursos. Esses têm direito ao emprego para não cair na marginalidade. Por isso seria conveniente que as empresas vencedoras de licitação pública para prestação de serviços de obras na Prefeitura, contratassem um certo número de pessoas " pobres". Sabemos que no passado as pessoas portadoras de alguma deficiência eram vítimas de preconceito para entrar no mundo do trabalho. Hoje, pela legislação, as empresas privadas e sobretudo o setor público não podem excluir esses irmãos dos serviços pelos quais são aptos. Com tal conquista eles saíram da "clausura doméstica e familiar " e sentem-se bem adaptados ao mundo do trabalho. Na prática isso significa que ninguém pode ser privado da oportunidade de trabalhar. Somente assim podemos reduzir a marginalidade, a violência, a exclusão e construir a cidadania.