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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

De quem é a culpa?

23 março 2019 - 23h59
De quem é a culpa, quando um filho se mete em encrencas? Quem é censurado e responsabilizado quando ele, ou ela, foge da escola, faz pichação nas paredes, começa a usar drogas, tem uma gravidez precoce, começa a roubar e chega até mesmo a matar? Normalmente, os pais são responsabilizados pelo mau comportamento de seus filhos. "Não ensinaram, não deram exemplo, não souberam educar, foram negligentes". De fato, muitos pais merecem tais críticas! Mas como explicar que pais exemplares possam ter filhos complicados? Filhos e filhas de pais amorosos e corretos podem cometer erros graves também. Por isso, temos que ser cautelosos com os julgamentos. 
Criamos nossos filhos para darem certo na vida. Eles devem ser excelentes, bem sucedidos, os primeiros da classe, os mais educados, os mais brilhantes. Durante todo o tempo de formação na infância, mesmo inconscientemente, transmitimos a eles a mesma mensagem dia após dia: "Por favor, não nos desapontem; contamos com vocês para fazerem algo fantástico de que muito nos orgulharemos". Esquecemos que cada filho é um universo à parte, e que nós também somos pais imperfeitos. Essa expectativa elevada que mantemos em relação a nossos filhos pode trazer muita frustração e culpa, quando as coisas não acontecem do modo como planejamos. 
Antigamente, se um filho procedesse mal, ele era um mau filho. Hoje em dia, a falha é atribuída aos pais, que devem de algum modo ter atrapalhado a infância do filho. Pode ser que sim, mas talvez não. Filhos adolescentes, por exemplo, têm idade suficiente para fazerem as suas escolhas, e alguns fazem coisas terríveis a despeito do amor e do carinho que receberam no lar. Criar filhos é uma tarefa árdua que deve ser feita com Deus ao nosso lado. Humanamente falando, torna-se difícil saber qual é a "dose certa" de amor, disciplina, limites. Nos dias atuais, constatamos que muitos filhos estão crescendo sem acompanhamento algum. São órfãos de pais vivos. E, como a família não os acompanha de perto, logo encontram quem os adote. Em geral, acabam-se envolvendo com gente mal intencionada, perversa, sendo conduzidos para um caminho de destruição.
O rei Davi teve um filho que lhe deu muito trabalho e dissabor. Absalão tornou-se inimigo do próprio pai. Durante anos, agiu como um filho rebelde, desrespeitando o pai, o rei de Israel e, pior ainda, desrespeitando o próprio Senhor. O seu egoísmo e a sua rebeldia chegaram ao ponto de forçar uma guerra civil que custou a vida de 20.000 homens. Nessa guerra, as forças do rei mataram Absalão. Quando Davi recebeu a notícia da morte de Absalão, ele não se gloriou na vitória sobre um inimigo. Ele lamentou a morte de um filho. "Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!" (2 Samuel 18:33).
Uma das coisas que os pais precisam usar é a autoridade que lhes foi dada pelo próprio Deus. Não precisam sentir culpa por dizerem "não" aos filhos, quando necessário, pois para amadurecermos como pessoas, temos que experimentar a frustração. Há que se pedir muita sabedoria a Deus para agir de forma adequada com cada filho! "E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e não o lança em rosto, e ser-lhe-á dada". (Tiago 1:5) Quando criamos nossos filhos, fazemos o melhor que podemos, e Deus está sempre lá dando os retoques. Ele é o Deus da família! Só Ele pode fazer essa obra transformar-se numa realização maravilhosa!