Comecemos pela palavra no seu valor inicial: Democracia, do grego “demokratía”, significa a junção de dois conceitos, um, “demos” que expressa o entendimento de “povo”, e o outro, “kratos”, que expressa a ideia de “poder”. Assim, Democracia manifesta o “Poder do Povo”.
Não é mais possível nos tempos modernos, com populações imensas, mantermos um poder de governo direto, onde o próprio povo governa plenamente.
Ainda que alguns recursos, que viram artifícios, estejam na Constituição de 1988, por vezes com uso manipulador ideológico. Assim, o que se mostra possível é o governo ser exercido por representantes do povo, escolhidos e eleitos por votação. Então Democracia tem a ver com eleição dos representantes do povo.
Aí se questiona, pois os representantes do povo, em significativo número, não o representam, nem agem correto em suas funções. Então o mal está na Democracia? Devemos rejeitá-la? Só nos resta clamar pela instalação de uma Ditadura? Civil ou Militar? Ou o problema estaria na má escolha dos representantes?
Temos de repensar a Democracia? Sem dúvida! Por quê? Porque também oferecemos muitos recursos para o domínio dos agentes que nos representam. Temos uma das maiores cargas de impostos de todo o mundo com reduzido retorno.
Gastamos desordenadamente para manter esses representantes, não apenas nos seus salários como nos seus gabinetes. Em todos os níveis, sejam municipais, estaduais ou federal. E em todos os três poderes.
O número de pessoas que correm atrás de cargos, sempre com altos salários, nos três poderes após as eleições é imenso. Isso encarece ainda mais a manutenção do Poder Público. E o governante seguinte não os dispensa, por não querer “arrumar inimigos”. E vamos aumentando os “dependentes” dos governos, que menos e menos governam. E os resultados finais pioram.
Pois então, ante tais fatos, para tudo alterar em favor do povo precisaríamos não apenas trocar os representantes mas as condições em que permanecem no Poder. Mas, como concluiu uma pessoa numa palestra em que chegávamos a esses mesmos entendimentos, isso vai levar tempos para ser alterado! É verdade! Como negar também isso?
Mas podemos começar e ir exigindo tais posicionamentos. Isso também oferece mais motivo para que se culpe uns “representantes do povo”. E em vez de se buscar alternativas legais, constitucionais, acaba-se, tantas vezes, buscando saídas que nem mesmo garantem a liberdade dos cidadãos.
Temos pouca formação cidadã, temos pouca educação. Fica difícil para muitos perceberem que estão sendo enganados. Só substituir governantes, “representantes” mostra-se pouco. Precisamos repensar nossas condições de governabilidade. Rejeitar a nossa liberdade de escolha, nada melhora. Não será rápido, repensarmos, nossa Democracia na sua representatividade, se Parlamentarista (você sabe o que é isso?), se ainda Presidencialista (sabe o que é isso?). Mas pode ser melhor do que se omitir.