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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Dia do Sorriso

25 maio 2018 - 23h59
Esses dias recebi uma mensagem em rede social comemorando o Dia do Abraço. Gostei. Pra mim era algo muito interessante. Pense bem, o abraço é uma demonstração de carinho, de afeto, de solidariedade. É uma daquelas formas de exibirmos a nossa atenção por alguém, por pessoas a quem queremos nos ligar, ou nos mantermos ligados. É uma forma de expressão extremamente humana. E que anda desaparecendo.
Isso mesmo, o abraço anda em fase de extinção. Observe, as pessoas quando se “beijam”, quase sempre nem se tocam. Não há mais aquele beijo antigo que criança dava, de colar os lábios nas bochechas do outro. Tenho visto muito mais as pessoas oferecendo o rosto para que o outro beije, ou, apenas, se aproxime. Ele mesmo não beija. Se o abraço e o beijo são formas de humanização, de expressão de afeto real, talvez já seja, já esteja, se revelando um hábito se aproximando do seu extermínio. Então, talvez as mais simples manifestações de atenção de uns para os outros já estejam se perdendo na sociedade atual.
Na minha juventude, vivendo na Europa, comecei a notar alguns costumes. Que me surpreendiam então. Por exemplo, via os franceses se beijarem com tranquilidade, homens com homens, mulheres com mulheres, como homens com mulheres. Dois beijos, como os cariocas, na duas faces. Por outro lado, os nórdicos e germânicos, como os americanos, não se tocavam, quando muito esticavam as mãos para se cumprimentarem, sem se aproximarem mais. Foi aí que vi a nossa geração influenciando isso de algum modo, alterando positivamente esses hábitos sociais.
Recentemente, tenho visto os americanos muito mais próximos, se abraçam com muito mais facilidade que em tempos idos. Em São Paulo, continuamos com, no máximo, um beijo só por encontro, entre mulher com mulher ou homem com mulher. Beijo entre homens é muito raro, ou coisa de família ou, quando muito, entre gente de uma fraternidade.
Sei, claro, dos medos dos abusos, das compreensões de desrespeito entre adultos, como, mais grave, entre adultos e crianças. E isso nos faz vacilar, e regredir, nas expressões de carinho. Antigas tradições brasileiras.
Pois, acabei lembrando de uma prática, de uns anos atrás, que vi em cidades do nosso Litoral, quando Clubes de Serviço implantaram o “Dia do Sorriso”. Isso melhorava o trânsito, só pra dar um destaque pontual. As pessoas estão dirigindo apavoradas, com medo de serem assaltadas, desesperadas com atrasos, exigindo passar a frente em filas e por aí se vai.
Como fui fundador de um Rotary Club na minha Cidade, sei do espírito de solidariedade, de fraternidade, bem além da filantropia manifesta por seus membros. Os Clubes de Serviço vem de longe, há mais de uma centena de anos, das associações profissionais, das guildas, da Maçonaria. Buscam a melhoria do ser humano, com seus exemplos. Podemos, repito mais uma vez, e sempre, criar o nosso Dia do Sorriso também em nossa Cidade, em nossa Região.
Quem sabe abrimos um caminho para um relacionamento melhor entre as pessoas?