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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Festa Nordestina

25 agosto 2017 - 06h00
Em Suzano, o universo periférico é quase todo nordestino. Nos bairros, as famílias são na maioria nordestinas. Os migrantes que vieram do Norte e Nordeste do Brasil, guardam os traços principais de suas terras e tradições. Vieram para São Paulo e instalaram-se na periferia da metrópole, no subúrbio da Capital e nos municípios do Alto Tietê. Vieram para fazer história, com seu trabalho, sua luta e sua dor. A saudade da terra e das tradições é tanta, a ponto de continuar mantendo a cultura de suas origens. Com certeza vivem provados no sacrifício real de tantos desafios a serem enfrentados.
Avançando com suas conquistas, os migrantes instalados em Suzano obtiveram grandes melhorias na urbanização de seus bairros. Porém, a expansão de tantas moradias, construídas em territórios de mananciais, é tamanha que o ritmo das obras da Prefeitura não consegue acompanhar e regularizar os loteamentos clandestinos.
No entanto, a mão dos migrantes vem escrevendo uma nova história, de um canto a outro da cidade, do bairro de Palmeiras ao bairro de Dona Benta, onde vivem cidadãos esperando novas ações na urbanização e modernização do território. 
Há nove anos que a Festa Nordestina, promovida no início de agosto pelo Instituto Virtutis em parceria com a Paróquia Santa Rita, no Jd. Gardênia, começou a fazer parte do calendário municipal. A festa aconteceu este ano no Parque Municipal Max Feffer, área disponibilizada pela Administração Municipal que também patrocina shows, oferece segurança e infraestrutura, como barracas, banheiros, brinquedos e outras atrações.
A festa tornou-se uma tradição, mas também uma referência, pois, são muitos os suzanenses e munícipes de outras cidades que participam para curtir as músicas e a típica culinária nordestina.
Estiveram presentes na abertura da Festa as autoridades locais.
O povo nordestino cresceu muito na cidade de Suzano e na Região do Alto Tietê, se adaptou à uma nova realidade, porém, guarda o passado, vive o presente e pensa no futuro, lutando pela causa da justiça e da igualdade. . 
Vivia no sertão de mera sobrevivência, num estado de miséria, carregando o sofrimento imposto aos oprimidos. Sem terra, sem liberdade, sem nada, fugindo da seca, da miséria e da falta de perspectivas. Muitos nordestinos migraram para as grandes cidades e subúrbios, na esperança de uma vida melhor e como a maioria não possui recursos, foram buscando moradias em bairros desprovidos de infraestrutura, agravando ainda mais os problemas sociais e urbanos.
A Festa Nordestina parece fazer jus à presença do povo nordestino em Suzano. Os bairros periféricos ganharam pavimentação, asfalto, saneamento básico e outras melhorias.
Porém a Prefeitura tem uma dívida, pois, um tempo, antes desse tempo, o povo sofria de múltiplas carências, injustiças e contratempos e não obstante isso, permanecia no silêncio, sem vez e sem voz.
As Igrejas ergueram novas capelas para acolher e assistir os migrantes. Uma bela Igreja dedicada a Santa Rita foi construída no Jd. Gardênia fazendo brotar um sentimento de esperança de que algo a mais será realizado.