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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Motivo

18 novembro 2017 - 05h00
Meus cumprimentos aos Diretores de Escola. Pelas décadas em que exerci essa função no Sistema Estadual Paulista, com orgulho e satisfação, muito aprendi, o que me permitiu lecionar Gestão de Educação na Universidade, onde pude voltar o foco especialmente para a Educação Publica. Pude estudar e pesquisar bastante essa área e demonstrar que ela pode melhorar e alcançar excelentes resultados para os alunos, de todos os níveis, como também é necessário, para o s profissionais voltados ao Magistério. E será que não sofri dissabores? Não tive tristezas? Frustrações? Derrotas? Claro que sim! Com toda a certeza. Mas para quem luta com vontade as dificuldades também surgem, mas se revelam adiante como estímulos provocativos.
Como Educador e como Poeta um poema da amada Cecília Meireles sempre me impactou e muitas vezes, com ele iniciei minhas falas. É justamente o poema “Motivo”. A Poeta ali se reconhece o Cantor, contudo, ele clama o mesmo motivo que ilumina o Educador. Assim ele se mostra:
“Eu canto porque o instante existe/ e a minha vida está completa./ Não sou alegre nem sou triste:/ sou poeta.”
E esse exercício, do Poeta, como também do Educador, tem suas agruras:
“Irmão das coisas fugidias,/ não sinto gozo nem tormento./ Atravesso noites e dias/ no vento.” E ainda continua nos seus complexos afazeres: “Se desmorono ou se edifico,/ se permaneço ou me desfaço,/ — não sei, não sei. Não sei se fico/ ou passo.”
“Sei que canto. E a canção é tudo./ Tem sangue eterno a asa ritmada./ E um dia sei que estarei mudo:/ — mais nada.”
Entendo que ao tratarmos de Gestão Educacional não estamos nos referindo apenas aos Diretores de Escola, sejam municipais, estaduais ou privadas, e/ou os Dirigentes dos Sistemas Educacionais, sejam Secretários Municipais e Estaduais como os Dirigentes Regionais. Entendo que o Professor também é um Gestor, está diante de problemáticas na organização de pessoas (sejam alunos, ou pais e comunidade, e ainda parcerias com funcionários escolares, igualmente) como na organização e administração de materiais e projetos. E assim também não apenas deve ser tratado, como deve ser preparado. É o que o Magistério impõe e exige dessa estrutura bem amaneirada. Infelizmente não é bem assim que vemos ocorrer por todo o nosso País.
Evidentemente que a formação de todo o pessoal de todo o Magistério, nas suas amplas situações, é permanente, é necessariamente contínua. Sem isso os projetos não avançam. Certamente, isso toma tempo e recursos, exige entendimento de sua aplicação, imprescindivelmente a ser realizado em Equipe. Portanto, estamos falando de liderança fundamentalmente. Isso se aprende a realizar, num processo constante e impositivo, mas exige formação necessária e adequada.
E essa formação implica na sua absoluta vontade de exercê-la. Exige de cada um dos implicados a absoluta identificação de seus motivos para estar ali e exercer tais propósitos. Se o Educador não lutar no seu próprio aperfeiçoamento para realizar a sua “Poesia” não haverá Educação. Essa é a base da formação do País que tanto sonhamos.