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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

O Sol Nascerá

06 setembro 2019 - 23h59
Enquanto escrevo, ouço a TV repetir o passamento do compositor Elton Medeiros. Um daqueles autores cariocas, de quem todos já ouvimos um samba, talvez nem cantado por ele, mas sucesso. Lembrei de uma de suas composições, “O Sol Nascerá”, que ele complementa assim, “O Sol Nascerá a Sorrir”. Pelos versos da letra ficamos a imaginar que ele possa estar falando de um amor que frustrou, que decepcionou.
A sorrir/ Eu pretendo levar a vida/ Pois chorando/ Eu vi a mocidade/
Perdida//
Fim da tempestade/ O sol nascerá/ Fim desta saudade/ Hei de ter outro alguém para amar”.
Mas um poeta, mesmo de canção popular trabalha também com metáfora. Ele podia estar falando de outra decepção. E vamos lá, reconheçamos, todos nós estamos todo tempo passando por tamanhas frustrações que nada devemos desconsiderar.
Talvez pela ocasião. Daqui a três anos estaremos registrando os 200 anos de nossa Independência Política, da nossa Autonomia Nacional. Será mesmo que nos tornamos autônomos, independentes? Será que já sabemos escolher os nossos representantes? Será que já aprendemos?
Desde que me conheço (ô frasezinha antiga!) ouço falar que o Brasil está em crise. Acho até que nunca saímos da crise. Como gestor tomei conhecimento que podemos acabar com ela, basta tirar o “S” da “CRISE”. Fica o vocativo “CRIE”. Um jogo de palavras inventivo. Afinal sempre podemos aprender em cada tombo, se prestarmos atenção ao fato por inteiro.
Mas, vamos lá, ao começo. Como se pode criar? Como ser criativo?
Não se deve esquecer de que é mais criativo quem tem mais conhecimento. E vejam bem, não estou falando de quem tem mais informação. A informação é coisa precária. Ela chega, não fica, a gente só se lembra dela se for repetida muitas vezes. Mas nem sempre nos provoca reflexão. E logo depois passa, é esquecida.
A Imprensa está aí para nos lembrar de informações sobre casos, especialmente os policiais, que quase sempre nos preocupam mais, pois tratam da nossa possível perda de segurança, tanto a física quanto a mental. Mas logo depois um outro caso aparece e esquecemos o anterior. 
Conhecimento, no entanto, por outro lado, exige a nossa boa atenção e com a apreensão de dados vamos acabar assumindo-os como nossos. O que eu aprendi é só meu. É assim, conhecimento nosso ninguém tira, ninguém tasca.
Então, para sermos criativos precisamos saber mais, isto é, ter mais conhecimento. Significa que temos de fazer mais estudos, mais leituras, e nos colocarmos com mais sensibilidade para a observação do mundo. Quem sabe mais consegue relacionar mais as coisas. Torna-se capaz de alcançar mais e melhores resultados quando isso lhe for exigido. É o cara que vai ser mais criativo, diante de um problema, frente a uma crise.
Mas o brasileiro não mostra pretender ser um povo inteligente. Queremos mesmo é ser vistos como um povo de espertos. Ser esperto é até bom para sobreviver na dificuldade, passar por cima dos outros, até mesmo para enriquecer.
Mas, podemos mais, não vou ficar chorando. Se precisar temos de criar uma saída. Não ver a mocidade perdida...