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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Pátria Minha... Patriazinha...

14 setembro 2018 - 23h59
Vejo muita gente com essa mesquinhez referir-se a nossa Pátria. Uso irônico da expressão de Vinicius de Moraes no poema “Pátria Minha”. 
Isso me incomoda, afeta o meu orgulho, minha história de luta pelo meu País.
Já disse em palestras e estudos acadêmicos que não há vácuo de liderança. Se o líder não assume o seu espaço, outro, provavelmente de menos valor, assumirá. Se um professor, líder da instituição escola, não assume a liderança na classe onde leciona, talvez o pior aluno assuma essa liderança. Do mesmo modo, se o Poder Público, não aparece na sociedade, ou aparece fragilizado, alguém vai ocupar o seu espaço. Nem que seja o traficante ou o miliciano. E a sociedade, a “comunidade” vai se sentir representada por esse “poder público substituto”.
E, se além disso, o Poder Público não atua na boa formação da sociedade que cobre seus representantes, ela se deixará acomodar, relaxará as suas vontades. A ponto de aceitar tudo o que lhe for oferecido, mesmo o pior. Aceitará a cremação da cultura.
E se o que desejam os governantes é uma sociedade que não reclame, ela vai idolatrar aqueles de quem se repita que são heróis e lhes atenderam as necessidades mínimas.
Quem chama mais a atenção do “povinho”, da gente simples, desse nosso País? 
Os radicais, aqueles que gritam mais. Aqueles que disserem que mais fizeram ou aqueles que disserem que mais farão. Para quem nada tem qualquer “ajuda” envolve, comove. 
Mesmo que não seja verdade, mesmo que seja inviável tecnicamente. Todos sabemos que a repetição reiterada, de uma mentira faz com que ela até seja aceita como verdade. A turma do Hitler sabia bem disso. “Uma mentira repetida...” Não é mesmo?
Desse jeito, também de há muito sabemos, se as pessoas se habituaram com o não atendimento do Poder Público essa realidade passa a ser aceitável. Mesmo se os “representantes”, as “autoridades” demonstrem envolvimento amplo com a corrupção, isso vira aceitável. Lembram do: “Roubou, mas fez”? Se o governante enriqueceu muito, tirou imensas vantagens em suas governanças, enriqueceu a própria família, seu grupo de militantes políticos, e promete que vai repassar alguma coisa aos governados, “é sempre melhor que nada”.
Alguém me demonstra que isso não é real em nossa patriazinha?
Pois bem, então seria preciso uma revolução para tudo mudar? Sim! Existe revolução pacífica? Não! 
Ou uma reforma? Sempre mais demorada? Então uma mudança exige paciência e tempo e vontade. E lideranças positivas. Onde estão? Quem vai escolher entre os atuais candidatos? O mesmo povo que, em maioria, acata, que se submete, a discursos exagerados?
Mas como mudar isso? Se as pessoas nem sabem o seu Idioma, nem Matemática, nem a sua História? Consegui que saísse legislação que obriga o ensino de História Local nas escolas da minha Cidade. E isso nunca aconteceu. E ninguém cobra. Sem saber a sua origem, não vê vínculos, está pronto a vandalizar. Sem exemplos de Ética onde e como aprendê-la? Gente nesses modelos trágicos podem construir? Ou destruir?
E o que faço para alterar esse quadro?