Numa conversa com amigos me perguntaram sobre o Dia do Livro, não tem mais? Verdade! Falta realce. Dia 18 de Abril, é o Dia do Livro Infantil. Fundamental! A data homenageia o nascimento de Monteiro Lobato, em 1882. Mas, não esqueça, o Dia Nacional do Livro é em 29 de Outubro, com a fundação da Biblioteca Nacional, em 1810, no Rio de Janeiro, na chegada da Família Real Portuguesa, que nos trouxe tantos dos livros. E destaco, em 23 de Abril, a UNESCO estabeleceu o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Nessa data comemora-se o nascimento (1564) e morte (1616) de Shakespeare, como a morte (1616) de Cervantes, e também o nascimento, em 1899, de Nabokov. Quantas coincidências!
Também fui perguntado, será mesmo que houve queda no número de leituras em razão da pandemia? Venderam mais livros, sim. Mais leitores e mais jovens. Com os isolamentos as leituras também aumentaram para quem já tinha o hábito.
Saber de livros e leituras é muito importante na nossa formação. E sei de algumas tantas tristezas no nosso Brasil, precisamos melhorar. Fui rememorando uns textos que escrevi já há algum tempo. Vou sempre comemorar o livro. A minha vida foi e é ligada a eles. Meu pai gostava de ler e tinha muitos livros. Com ele aprendi a gostar desses especiais objetos. Com minha mãe reafirmei o gosto. Na escola o interesse foi se confirmando com novas descobertas. E nunca parei. Acabei aprendendo a ler mais rápido. Há técnica, que se adquire. Cheguei a aprender a ler um livro de 100 páginas em uma hora. Percebendo até mais sobre o texto. Como pesquisador isso auxiliava muito. Hoje leio com menos rapidez.
Já faz algum tempo, se o livro me incomodar, ou não me segurar, perdido o interesse, me permito abandonar essa leitura. Salvo, se estou fazendo uma pesquisa, mesmo aposentado mantenho meus estudos, minhas palestras. Hoje acho que procuro mais o encanto de ler. Uma certa forma de prazer.
Sabemos que uma enorme parcela dos nossos jovens estudantes, 65%, não conseguem entender tudo o que leem. Estudos nos dizem que apenas 8% dos brasileiros conseguem entender, interpretar um texto. A vida escolar está muito fraca no País faz tempo, antes da pandemia. Seria preciso um planejamento direcionado para isso, para, depois de uns quatro ou cinco anos, conseguirmos algum resultado. A pandemia só piorou o problema. E, vamos reconhecer, são poucos, esparsos, os planos para melhorar a vida escolar. Os professores continuam sendo pouco valorizados, pouco preparados. Essa piora é ainda bem forte em São Paulo.
Claro que estimular a leitura pode e deve ser praticada em casa, os pais que gostam de ler e leem para os filhos, auxiliam muito, com certeza, estimulando a imaginação, a curiosidade. Sabemos bem que com a queda brutal das condições socioeconômicas da nossa gente, como podemos pedir o que não temos? O investimento no Magistério contribuiria para o social. As pessoas precisam ser mais ouvidas.
Estimule a leitura o quanto puder. A criatividade também se aprende.