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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

E Depois, o que Poderemos Fazer?

22 maio 2020 - 23h59
Não me vejo otimista. Não é meu ser. Realista, talvez. Pessimista, não. E me cuido para não cair no poço da pandemia. Já temos, presentemente, de evitar a depressão. Sei que ela fica ali do nosso lado, prontinha para o salto. Não podemos deixar que ela nos envolva. Sei o quanto isso ataca em especial os profissionais. Cuidados precisamos ter, sim. Sem nos deixarmos abater.
Um bom número de nós teremos de ocupar os espaços que surgirem após essa refrega, essa batalha. E já vou trazendo umas tantas de minhas ideias para os tempos que vivenciaremos. 
A Economia vai precisar se alargar. Muitos já se dão conta. O Capitalismo no seu jeito bem arrogante que passamos em nosso País vai ter de se redescobrir com mais possibilidades. O nosso Sistema Econômico tem aspectos negativos como selecionar as formações sem permitir que as pessoas avancem em seu aprendizado. A hipervalorização das tecnologias separa bem pouco acrescentando. 
Temos muito de combater a exclusão social que nos domina. Temos de impedir os preconceitos que ocasionam humilhações a tantos dos nossos cidadãos. Acabar com as limitações de etnia, religião, cultura, idade, deficiências, que tantos sofrem ostensivamente, separando as pessoas. 
Precisamos ampliar as condições de Educação. E reconhecer a importância fundamental dos Educadores, que devem ser reconhecidos como Gestores, de pessoas e de tempo, especialmente na sala de aula, precisando de formação adequada. Temos de alargar os horizontes dos Educadores, especialmente no que se refere à Arte, Cultura, História. Fiz muitas pesquisas sobre este ponto e tive demonstrado que sem salários adequados os professores leem menos do que precisam, não vão a teatro, espetáculos, exposições. Como poderão acrescentar mais aos seus alunos se estão restritos, impedidos, mesmo que desejem avançar mais? A formação continuada tem de ser regular. 
O isolamento no combate a pandemia fechou escolas no Brasil, como ocorreu pelo mundo. "Inventaram" aulas pela internet. Sempre algo a mais, não vamos ser contra. Mas 80% dos professores não se reconhecem aptos para essa experiência. Mais de 6,6 milhões de alunos nem tem acesso à internet. Use-se a televisão? Certamente, 95% dos alunos tem acesso a TV. Mas o leito desse rio também precisa ser adequado. Isso tudo ficou extremamente exposto agora com a questão do ENEM, quem, quantos, tem computadores? Extrapolamos a exclusão social. Após pandemia precisaremos criar profissões. Sem investir em Educação?
A questão do Auxilio Emergencial exibiu milhares de brasileiros sem registro de nascimento, analfabetos, nem existem. Constatamos que milhões estão aquém de poderem buscar empregos. Excessivo número de gente que agora descobrimos. Estão excluídos de tudo da vida brasileira, como inclui-los? Tanto a fazer.
E, com certeza, precisamos de Planejamento. Não algo feito por ensaio e erro? As entidades, públicas e privadas, terão de mirar muito adiante para a inclusão social. E isso tudo vai levar muito tempo. Estamos falando de anos. Mas precisa ser enfocado já.