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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Equinócios e Solstícios

24 janeiro 2020 - 23h59
Estaremos sendo muito primitivos ao nos aproximarmos das expressões da Natureza? Sabia que ao pensarmos no Natal estamos ligados à Natureza? Será que não nos ligamos a mais um ciclo? Ainda que com a sensação de reinício, mais um passo no ciclo da Vida? Um Renascer?
Verão sobre nós. Chuvas intensas. Nem lembraremos de que há uns dias, em 21 de dezembro, o Sol estava a pino sobre o Trópico de Capricórnio, que passa aqui do lado da nossa Cidade. Solstício, por que ainda celebrá-lo?
Olha gente, nunca deixamos de comemorar essas ocasiões naturais. Não importa que denominações lhes demos. O homem faz sua história envolvendo-se nas histórias dos que lhe antecederam, recriando caminhos, exibindo leituras. A pergunta que parece se impor é se seria possível criar efetivamente algo novo? Como fazer isso se usamos os mesmos instrumentos de medida e expressão que já existiam antes de nós?
Se pensarmos no plano da órbita da Terra ao redor do Sol, que os astrônomos chamam de eclíptica, estando o nosso Planeta inclinado em relação ao Astro-Rei, teremos, no hemisfério Sul, o Solstício de Verão a 21 de dezembro, quando ocorre o nosso dia mais longo do ano, e a 21 de junho, o Solstício de Inverno, com o dia mais curto do ano. O inverso se dá no hemisfério Norte. E isso, que já se sabe desde a Antiguidade, afetava as plantações, sempre afeta a vida das pessoas, sendo boa ou ruim.
E o cristianismo também não se afasta disso. Os dois solstícios acontecem a quatro dias das suas datas básicas, a Festa da Natividade (25 de dezembro), a Festa de São João Batista (24 de junho) e a de São João Evangelista, a 27 de dezembro. Os astrônomos explicam pelos equinócios, da primavera e do outono (quando o Sol passa pelo Equador, e as noites são iguais aos dias), e cálculos matemáticos demonstram hoje que essas comemorações coincidem há 7.000 anos.
Interessante observar que os portugueses quando chegaram ao Brasil aqui já encontraram comemorações nas mesmas épocas feitas pelos indígenas, que foram retomadas, a sua maneira, pelos jesuítas. Na Europa as fogueiras nas festas juninas são ponto comum da Finlândia a Portugal. Somos os mesmos.A Bíblia não diz quando Jesus nasceu, só dá indícios de que teria sido em época de calor. Para os cristãos primitivos teria sido em julho, sob o signo de Câncer. Duas teorias justificam a mudança do calendário, uma vê razão nas festas ao deus Baco, em dezembro, quando os romanos deixavam os antigos cristãos em paz. Outra, diz vir do culto ao deus Mitra, de origem persa, adotado por Roma, cujos adoradores se reuniam na noite de 24 para 25 de dezembro, em agradecimento ao Sol. Data depois confirmada pelo calendário gregoriano.
Pouco importa a data, importa a razão, o respeito aos princípios de Jesus de amor ao próximo. Temos o que comemorar. Veio o solstício, é Verão. Que o calor aqueça os nossos corações. Que saibamos repartir o pão e o vinho com tolerância e generosidade. O renascer todos verão.