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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Coluna

Essa Pandemia

13 fevereiro 2021 - 05h00
Claro que esse mal nos pegou a todos. Um complicômetro. Mesmo àqueles que fingem não se importar. Mas temos de encontrar alívios, encontrar saídas para o que nos incomoda. Todos sabemos de muitos casos de depressão, o mal do século. Mas as angústias, as ansiedades e outras tantas perturbações emocionais, psicológicas, nos atingem em momentos já difíceis por si só. Mas, repito, temos de enfrentar, temos de buscar, ao menos tentar, escapar desses acréscimos perturbadores que estão nos envolvendo. 
Temos de buscar outros cantos em nossa vida, em nossa inteligência, em nossa sensibilidade. Um amigo fotógrafo me dizia dia desses que ele buscava temáticas substitutas dos seus afazeres regulares. Alternativas que muitos de nós, em isolamentos, aposentados, temos mais dificuldades para identificar. Mas vamos lá, ele me dizia que, lá no início da quarentena saia muito para fotografar. Mas sentia que o incomodava muito ver o tanto de pessoas que não respeitavam as orientações higiênicas, como uso de máscaras. Isso não mudou é claro, bem ao contrário. E o resultado é o que vemos no aumento despudorado de casos e de suas consequências fatais. E ele me orientou dizendo que passou a fotografar temas diferentes e nessa busca aliviava suas energias negativas. 
Agora temos o Carnaval aí. Ou, por outra, teríamos. Permitam-me uma pergunta talvez bem tola: será que não vai ter mesmo umas centenas de bailes "clandestinos"? Pois eu tenho lá na minha história de vida uma data que agora se escorre pelos dias carnavalescos. Dia 13 de fevereiro é o aniversário da minha Mamãezinha. Ou era, posto que ela já se foi. E isso, verdadeiramente, pode me afastar desse pesadelo que nos agride. 
Minha mãe era uma daquelas pessoas especiais. Dona Maria Izolete não era briguenta. Bem ao contrário, ela ouvia os outros, fosse quem fosse. Era uma tremenda negociadora, se o outro insistisse num ponto mais agressivo. Falava de seu jeito manso, mas seguro. Seus filhos não costumavam discutir com ela. Meu pai era mais firme nos seus enfoques. Mas ouvia sua mulher com bastante atenção e jeito. Quase sempre ela o convencia, até para mudar de posição sobre um assunto, polêmico que fosse. 
Ela era Espirita, mas nunca nos impôs qualquer forma de religião. Talvez até por essa interpretação ela e minha sogra, Dona Jussara, uma Rosa Cruz, se entendiam tão bem, tornando-se amigas. Quem sabe por isso, nos muitos anos que passei tantos milhares de quilômetros longe dela, mantínhamos uma comunicação, quem sabe? telepática. Há coisa de uns cinquenta anos nem havia comunicação digital. No máximo por telefone. Ainda assim, recebia umas mensagens suas durante o meu sono. Num tempo em que eu nem era religioso, de algum modo sentia uma certa tranquilidade. 
Você já se deu conta de ter recebido mensagens, de gente querida, de gente distante, que lhe trouxe alguma tranquilidade? Pense nisso. Com um certo carinho. Será que neste momento, que não foi mesmo da nossa escolha algo não está lhe equilibrando? Proteja-se. Veja as alternativas a sua frente.