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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Graças à Vida

06 novembro 2021 - 05h00

Olhando a luz do céu se abrindo, lembrei de uma música de minha geração, “Gracias a la Vida”, criação da chilena Violeta Parra, sucesso cantado por Mercedes Sosa, onde agradece: “obrigado à vida que tem me dado tanto, o som do abecedário, e as palavras que penso e falo...”
Sinto e agradeço a cada manhã em que desperto e posso me perceber. Sei, é claro, que poderia nem estar mais por aqui, ser apenas, talvez, uma lembrança para alguns, não muito mais que isso. Valorizo o que tenho e o que recebo. Sei que tenho muito a fazer e quero muito fazê-lo bem. Talvez possa parecer pretensioso. Não é o que tento. Ao contrário. Sei que quanto mais simples, mais longe podemos chegar.
É, verdade, fui guardando tanto pelo caminho que percorri até aqui, que pode parecer longo para alguns. E que pode mesmo dar a alguns a sensação de muita coisa. Nunca pensei em reter muito. No entanto, aprendi muito ao longo de todo esse tempo que fui vivendo a minha vida. E guardo tanto disso tudo em mim mesmo.
Muitos acontecimentos me deixaram lembranças, sinais, marcas, cicatrizes até. É assim a vida. Muita gente com quem vivi deixou-me sinais, e tantos deles são mesmo de alegria. Sei que a felicidade é um momento, não mais que um instante. Mas sei o quanto isso é bom.
Houve tempo, sim, em que pensei muito em deixar exemplos bons. Hoje sei que esse pensamento não é fundamental. 
O importante é fazer coisas boas. Lindo quando algumas dessas ações indicam caminhos positivos para outras pessoas. E é só o que podemos. Não se pode garantir mais do que isso.
Lembro de coisas que me foram ficando. Coisas proporcionadas por outros. Coisas proporcionadas por convivência, por experiência, por referência. Coisas dessas que vivemos ou que lemos, coisas que ouvimos ou que aprendemos de tantos jeitos, quando nos permitimos ficar disponíveis.
Tenho vontade de fazer muitas coisas ainda, sei disso. Portanto não posso parar. Creio que não conseguiria parar. Seria difícil. E tantas dessas coisas a fazer sei que posso fazê-las, ou posso indicar como realizá-las. E talvez, feitas, possam chegar a serem interessantes para muitos outros. E coisas dessas poderão ser Ciência ou ser Arte. E ambas eu amo como prática. Ambas podem nos indicar caminhos.
Não creio que seja tão diverso de outras pessoas por aí pelo mundo em que vivemos. Sigo o meu caminho. Aí está uma direção. E tantas são as direções a poderem ser tomadas. Ninguém pode nos garantir chegar. Mas temos de seguir. Assim se faz o caminho. Assim é a Vida.
Já disse isso antes, sei bem. Vale repetir.
Dedico ao querido amigo Padre Carmine.
Há umas tantas décadas compus esta oração que abro a cada dia, “Carpe Diem” (viva o seu dia): “Obrigado Senhor/ por me permitir mais um dia/ e o que eu merecia fazer/ por me permitir usufruir/ do tanto que disponho/ por me permitir aprender/ sempre a cada vez/ o que eu imaginava sabia”.
Graças à Vida.