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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Seguir o Caminho

09 janeiro 2021 - 05h00
Tentei lembrar uma frase do Amyr Klink que dizia algo assim: "navegar sozinho não é sofrer de solidão". Pensava que o isolamento não é uma solidão. Fui navegador por um tempo, um arrais apenas, mas isso me abriu caminhos, não apenas pelo mar. Perdoem-me, mas sei que os terraplanistas existem, estão por aí. Mas, como deixar de destacar?, quem segue pelo mar sabe que o mundo não acaba a frente. O mar é mais um caminho, amplo, especial, envolvente. Caminho não é só uma trilha. Mas devemos, temos de, seguir adiante. O caminho é que nos faz.
O novo ano se abre à nossa frente. Os caminhos se exibem. E sinto, como entendo, que precisamos continuar nossos sonhos. Nós devemos continuar com nossas esperanças, que por sua vez não devem apenas ficar soltas, largadas. Na verdade, temos de buscar construir as nossas esperanças de modo que elas se ergam como sonhamos. E o novo ano se abre para isso. Nunca foi fácil construir os nossos sonhos.
Sei que os astros dizem que teremos um ano com mudanças, com choques. Sei dos loucos pelo mundo, ameaçando mesmo democracia. Entremos com equilíbrio. Mas não posso me permitir ser mais ingênuo. Sei que temos ideologias se digladiando. Especialmente em nosso País, hoje com tantos "negacionistas", que se recusam a aceitar as verdades, mesmo que sejam evidentes. Claro que vemos pretensões de disputas mesmo entre Ciência e Religião, que efetivamente não se opõem. Aliás, um amigo me lembrou Marcelo Gleiser, o primeiro cientista brasileiro a ganhar o Prêmio Templeton em 2019. Ele diz: "A ciência não mata Deus". Ciência e Religião não se opõem. A muitos a religião propicia o olhar para cima. Como a ciência nos ilumina. 
Porém também vejo os tolos inventarem curas, negarem a morte, dizerem ver a sofrida realidade que enfrentamos como irreal. "Não há pandemia", "não é necessário vacina", "isso tudo é invenção", "tome uns remedinhos que logo o mal passa" e por aí vão. E isso se alarga pelas redes sociais. São muitas as lideranças politicas que persistem espalhando tais coisas e tem recepção, e tantos que deixam de usar proteção para si e aos demais, e espalham mentiras sobre os resultados do mal. As tantas festas e aglomerações com gente sem máscaras demonstram que muitos nem pensam que o mal existe. E não são coisas de classe social sem recursos, sem informaç&a tilde;o, é negação mesmo, nulo e triste. 
E não podemos relegar que temos de nos cuidar, como de cuidar dos demais, tal qual nos lembrou, há pouco, o Papa Francisco. Os nossos descuidos e desrespeitos atingem os outros. Somos também exemplos, negativos ou positivos. 
Adiante temos um novo ano. Ele se abre para nós como um caminho se expõe. Abre-se amplamente como o mar a nossa frente. Temos de desenhar nossas esperanças, sim, repito. Temos de seguir equilibrados nosso caminho com a compreensão do que pretendemos, do que é necessário fazer, de como podemos alcançar nossos objetivos. Especialmente nestes tempos. Sem abaixar o astral, isso nunca. 
Olhemos adiante, olhemos acima. A luz nos abre espaços. Seremos melhores.