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Jornal Diário de Suzano - 03/05/2024
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Coluna

Sempre Aprendendo

28 janeiro 2023 - 05h00

Estava lá eu pensando, como sempre estamos, mesmo sem nos apercebermos plenamente, quando me veio a ideia de, mais uma vez, provocar os meus queridos leitores, com outra olhada para dentro de nós. Não sabemos bem tudo o que somos. E muitas vezes nem nos apercebemos do que dispomos.
Nem prestamos atenção suficiente ao que expressamos aos demais. Assim, secundarizamos muito do que nos é básico. Às vezes levamos muito tempo. Faz poucos dias um amigo que começou um curso de pintura este ano que se inicia foi me contando de suas descobertas com as novas práticas. “Estou me descobrindo!”, foi como ele me disse. “Maravilha!” respondi. Ele não é um jovenzinho, e me disse certa vez que tinha se encantado com uma exposição de artes plásticas que visitou. Sugeri que assistisse umas aulas de desenho, de pintura. Levou um bom tempo para chegar aí. Mas foi, estava de férias, tinha tempo, criou-se esse tempo, está adorando. Está descobrindo mais um a forma de sua expressão.
Na minha juventude na Europa, tempos de exílio, acrescentei às tantas ciências que escolhi, entre outros o curso de Teatro. Como já tinha o rosto desfigurado (quem me conhece pessoalmente sabe), voltei-me mais para a Direção. E ampliei com a formação de Animador Cultural, como denominávamos então, os agentes culturais, como cheguei a praticar no Brasil. E fui indo.
Adoro Artes Plásticas, desde bem pequeno. Tinha uns desenhos que fiz quando garoto, antes da adolescência, que desapareceram por aí. Já publiquei uns tantos desenhos em livros meus. Agora ando preparando um livro de Hai-Kai e fazendo as formas que expresso em versos, como indica a tradição nipônica. As nossas expressões estão por aí, temos de sabê-las, de usá-las. Quais são as suas? Não sabe? Não tentou nem ensaiar?
Mas somos pessoas. E temos muitos milhares de pontos para nos ligarmos a nós mesmos e aos demais. E devemos avançar nesses caminhos todos a nossa frente. Nem todos exigem altos custos. Nem todos exigem muitos recursos. Pedem a nossa atenção.
Outro exemplo, um conhecido meu faz um tempinho se aposentou de seu ofício de Advogado. Seu sonho sempre foi ser caminhoneiro. Chegou a comprar dois caminhões, tinha empresa. Faz uns dias recebi mensagem dele, com uma van, uma caminhonete, está na Europa circulando, quase um “caminhoneiro”. Mais próximo de seu sonho, de sua expressão. Ele vai interpretando e expressando o seu mundo almejado.
Às vezes as coisas são mais simples. E podemos expressar um desejo nosso de modo mais moderado. Podemos, e muitas vezes precisamos demais, dizer aos outros o tanto que nos importa no mundo. Claro que sabemos que tantas das vezes estamos limitados nessa nossa expressão tão pessoal. Com certeza nem todos entendem, nem todos apoiam alguns desses nossos inventos. Temos de ter uma certa atenção a quem passamos nossos sonhos, nossos desejos. Nem todos conseguem olhar além de suas próprias vontades, invejas existem. É verdade. Mas, com cuidado podemos avançar.
Sempre aprendemos, a cada passo. Ah, sonhos!