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Jornal Diário de Suzano - 05/05/2024
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Coluna

O problema é nosso!

09 outubro 2022 - 05h00

O mundo está cheio de pessoas que não se importam com a dor do outro, que não têm compaixão pelo outro. A indiferença com o que vemos de injusto no nosso entorno, na sociedade, de forma geral, faz com que pensemos egoisticamente: "O problema não é meu!" Contanto que as injustiças não nos atinjam, está tudo bem! Se formos pensar na distribuição da riqueza mundial, cuja maior parte encontra-se nas mãos de poucos, e a parte restante precisa ser dividida pela grande massa da população do planeta, chegamos à conclusão de que nós, enquanto seres humanos, não aprendemos a lição da partilha nem do que é minimamente justo! E o mesmo acontece no Brasil! A Páscoa estava chegando. Jesus olhou a sua volta e viu a grande multidão que O seguia, porque tinha visto os milagres que Ele fizera. Eram muitas as necessidades! A multidão estava faminta, depois de muito tempo sem comer. Onde comprariam comida para tanta gente? Jesus sabia bem o que deveria ser feito, mas queria testar Filipe; então, perguntou para ele: "Onde vamos comprar comida para toda essa gente?" Para cada pessoa receber um pouco de pão seria necessário mais dinheiro, muito dinheiro, mais de duzentas moedas de prata, fazendo as contas de forma natural, racional. André, irmão de Simão Pedro, apareceu com uma solução - havia ali um menino com cinco pães e dois peixinhos. Mas o que era isso para tantos? Praticamente, nada. Posso imaginar o menino, com a fé própria de uma criança, oferecendo os seus pães e peixinhos, sem fazer nenhuma conta; apenas crendo, apenas partilhando o que tinha. Que lição para nós! Mas, novamente, outro discípulo de Jesus enxerga o desafio de forma racional. E o problema continuava ali, aguardando uma solução! Só que a fome tem pressa! De quem era o problema da multidão faminta? Alguns poderiam dizer - "do governo romano que oprimia, do próprio povo que estava seguindo Jesus, em vez de trabalhar, das desigualdades sociais e econômicas já existentes na época"; enfim, muitas causas poderiam servir como justificativa para uma omissão por parte de Jesus e de seus discípulos. Todavia, Jesus considerou o problema como sendo o seu problema, movido pela compaixão por aquelas pessoas. A compaixão deve ser vivida na prática. Jesus não teceu qualquer consideração diante das falas de impossibilidade por parte de seus discípulos. Deu o exemplo - pediu que os discípulos orientassem o povo a sentar-se no chão. Estavam ali quase cinco mil homens. Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos, fazendo o mesmo com os peixes. Todos comeram à vontade até ficarem satisfeitos. E ainda sobraram doze cestos. Foi a multiplicação dos pães, conforme João 6:1-14. Essa história nos faz lembrar de um dito popular: "O pouco com Deus é muito". Deus pode multiplicar o que parece pouco. Portanto, não devemos nos impressionar com a quantidade; ao contrário, estejamos abertos para sermos surpreendidos pela provisão de Deus em qualquer tempo da vida. Nesse sentido, a multiplicação dos pães nos traz ensinamentos preciosos. Jesus pegou os pães e deu graças a Deus. Somos agradecidos, como Jesus, ao acordarmos, ao nos alimentarmos, ao iniciarmos as atividades diárias, quando vamos dormir, quando recebemos o nosso salário, quando o que temos é menos do que desejaríamos ter?! Sejamos agradecidos! Depois de dar graças, Jesus repartiu aqueles pães e peixes com todos. Sabemos compartilhar? Somos generosos para com o nosso próximo, sensíveis às suas necessidades? Existe sempre um milagre de multiplicação na mesa dos generosos! Não houve falta; todos comeram à vontade! Depois que todos comeram, Jesus pediu que os discípulos recolhessem os pedaços que sobraram, para que nada fosse desperdiçado. Fazendo isso, encheram doze cestos. Aprendemos com Jesus aqui que devemos ser bons mordomos do que Ele entrega para nós administrarmos. Jesus multiplica; entretanto, somos nós que administramos, fazendo isso com responsabilidade e zelo. Nada de viver esbanjando! Sejamos generosos e zelosos! Existe uma porta sobrenatural para a multiplicação, conforme Jesus nos ensinou. O menino que tinha 5 pães e 2 peixinhos foi o instrumento para o milagre. A matemática de Deus é diferente da nossa - quem divide, partilha, compartilha, acha o caminho da multiplicação. Tenhamos essa disposição! "A alma generosa prosperará". (Provérbios 11:25) O autor de Eclesiastes também fala sobre isso: "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com oito; porque não sabes que mal haverá sobre a terra". (Eclesiastes 11:1-2) A fome está bem ali, e o problema é de todos nós!