Após conquistar o 13° título de campeã brasileira de sumô, na categoria leve, a atleta Luciana Watanabe embarca para o Japão amanhã em busca de mais um desafio. Desta vez, com o sonho de conquistar sua primeira medalha de ouro no Campeonato Mundial de Sumô. Por três vezes consecutivas, Luciana subiu no pódio de mundiais, com a terceira colocação, em 2010, 2012 e 2014. "Desta vez estou mais preparada, mais madura. A concentração é muito importante no sumô, porque usamos muito a técnica. Estou confiante e ansiosa para o grande dia", diz a atleta, que no começo do mês de agosto conquistou o pentacampeonato sul-americano de sumô, no Paraguai. Em julho, a atleta já havia garantido o 13° título de campeã brasileira na modalidade. Luciana começou a lutar sumô aos 14 anos, período em que praticava judô. "Uma amiga me convidou para conhecer e achei fantástico. É um esporte muito interessante e vem com uma cultura encantadora. Claro, troquei o judô pelo sumô e não parei mais", conta. Formada em pedagogia e educação física, Luciana, além de atleta, desenvolve o projeto "Lutas como forma de educação", voltado para a modalidade, em escolas municipais de Suzano, na Grande São Paulo. "O sumô é um esporte que exige muito fisicamente, mas também ensina muito. Suas características refletem no desenvolvimento físico, social e psíquico, por isso registramos resultados muito importantes com os alunos, como a melhora da coordenação motora e concentração, disciplina e integração", explica a atleta. E os resultados têm sido tão significativos que algumas mães de alunos aderiram à prática. "Meu desejo é que o sumô seja popularizado no Brasil e venha a ser um esporte olímpico, com a importância que tem no Japão e em alguns países da Europa. Aqui em Suzano temos um grupo de mulheres que já aderiu ao esporte e treinam pesado. Isso me deixa muito feliz e realizada", diz. No sumô, dois atletas se enfrentam em uma espécie de ringue circular, chamado dohyo. O objetivo é empurrar o adversário para fora do dohyo ou fazê-lo cair dentro do círculo. A luta demora em média três minutos. "É muito rápido e objetivo, por isso a preparação física é tão importante", conta. "Nos mundiais, geralmente, não sabemos quem são os nossos adversários. Em um deles entrei no dhoyo e dei de cara com a minha adversária, que pesava mais ou menos uns 180 quilos. Quando ela me viu começou a rir. Fiquei apavorada, mas me concentrei e consegui vencê-la. Foi inacreditável", lembra.