Diante do anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a taxação de 50% para produtos importados do Brasil, as prefeituras do Alto Tietê adotam uma postura cautelosa. Em sua maioria, as administrações evitam fazer avaliações diretas sobre a situação. As gestões municipais de Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Guararema, Arujá, Biritiba-Mirim e Salesópolis não responderam a demanda enviada pelo DS até o momento em que essa matéria foi feita ou preferiram não se manifestar a respeito.
Em Mogi das Cruzes, a Prefeitura disse acompanhar com atenção a situação e as negociações econômicas e diplomáticas conduzidas pelas esferas competentes, no caso o Governo Federal e o Itamaraty.
A administração de Ferraz de Vasconcelos informou que, segundo cálculos realizados pela Secretaria Municipal de Fazenda, é esperada uma queda na arrecadação entre o Fundo de Participação dos Municípios, Fundeb e IPI de exportação, em torno de R$ 4 milhões. Segundo a pasta, isto impactaria diretamente na redução dos investimentos na Educação, prejudicaria o custeio da saúde e comprometeria a máquina pública, com redução de serviços e investimentos já planejados. A administração afirma entender que este é um momento de diálogo para que haja uma solução evitando que os municípios também sejam prejudicados e, consequentemente, a população.
Paralelamente, a Prefeitura de Santa Isabel declarou que, por se tratar de um tema sob responsabilidade da União, não cabe à gestão municipal se posicionar. A administração ressaltou que a legislação de importação e exportação é competência do Ministério da Fazenda e que o município não possui atividades diretas de exportação. “Não compete ao Departamento de Gestão Tributária se manifestar sobre prejuízos ou questões diplomáticas entre as nações”, disse a prefeitura em nota.
Governo federal
O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se na última segunda-feira (21) com representantes de big techs para discutir o tarifaço que o governo de Donald Trump pretende impor às importações brasileiras para os Estados Unidos. Incluído de última hora na agenda, o encontro ocorreu nesta tarde no Palácio do Planalto.
A reunião foi convocada pela comissão interministerial, coordenada por Alckmin, que conversa com os setores da economia afetados pela imposição da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto.
Ao sair do Palácio do Planalto, o presidente em exercício afirmou que a reunião foi bem sucedida e abriu caminho para um diálogo. Alckmin, no entanto, negou que a taxação das big techs, apontada como uma possível retaliação do Brasil em caso de elevação de tarifa, tenha sido mencionada.




Prefeituras do Alto Tietê evitam avaliações sobre taxação dos EUA - (Foto: José Paulo Lacerda/CNI)




