O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) está trabalhando para ter o programa estadual “Muralha Paulista” em todas as cidades da região. O tema será pauta na próxima reunião da Câmara Técnica de Segurança.
“Todos os municípios estão interessados, inclusive é a pauta da nossa próxima reunião. Vamos ver quem está com alguma dificuldade para auxiliarmos. É excelente todas as cidades aderirem, até porque é uma mão dupla, uma troca de informações. Eu passo informações de Ferraz para os demais municípios, que também me passam outras informações. É fantástico, é ir cercando as cidades digitalmente. A tecnologia é o futuro da segurança”, disse a coordenadora da Câmara Técnica de Segurança, Daniele de Freitas, durante participação do DS Entrevista. Ela também é secretária de Segurança Urbana e Defesa Civil de Ferraz de Vasconcelos.
A responsável elogiou o programa estadual, se referindo ao “Muralha Paulista” como uma inovação, que traz inteligências “fundamentais” para a segurança.
“A questão das placas de veículo é o principal. O veículo foi roubado, ou furtado, em Mogi e passou pela cidade de Ferraz. A inteligência artificial vai coordenar as ideias de que talvez vá para Poá, talvez para Guaianases, e integra todas essas informações para as forças de segurança”.
Daniele também falou sobre o reconhecimento facial, que é outro marco do programa. “O Muralha Paulista está trazendo também a tecnologia de reconhecimento facial. Os municípios que queiram ter precisam de câmeras que tenham a capacidade de realizar o reconhecimento facial. Não adianta eu ter a inteligência artificial atuando dentro do sistema e não ter a câmera que faz o reconhecimento facial. Tem que ter as duas funcionalidades, tanto o hardware, que é o equipamento, quanto o software, que é a inteligência artificial fazendo as pesquisas nos bancos de dados e faça o reconhecimento da pessoa como infrator da lei, procurado da Justiça ou qualquer outra coisa”, disse.
A secretária elogiou, ainda, os trabalhos das Guardas Civis Municipais (GCMs) da região. De acordo com ela, a guarda é importante pois está “mais perto da população”.
“A PM faz um trabalho amplo, olhando o Estado todo, mas as guardas civis têm um conhecimento do dia a dia da cidade, muito próximo da população e dos problemas enfrentados. As guardas têm a capacidade de estar mais atentas às peculiaridades de cada município. É uma polícia mais próxima da população”, finalizou.
Estado
Com o avanço da integração entre Estado e municípios, mais de 500 prefeituras paulistas já iniciaram o processo de adesão ao Muralha Paulista, programa de segurança que usa tecnologia para monitoramento e combate à criminalidade em tempo real. A ferramenta, criada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), já opera em quatro cidades — entre elas São Paulo, Praia Grande, São Carlos e Indaiatuba — e deve chegar a outras localidades nos próximos meses.
A política pública integra câmeras de monitoramento dos municípios ao sistema estadual, permitindo a identificação automática de foragidos da Justiça, pessoas desaparecidas e veículos roubados ou furtados. Praia Grande e São Carlos já contam com cobertura de 100% do território.
“Esse é um grande avanço em segurança pública com uso de tecnologia. O sistema gera alertas em tempo real e tem sido fundamental para o controle da mobilidade criminal, fortalecendo a atuação das nossas forças policiais”, afirma o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
O processo de integração passa por etapas de análise jurídica e compatibilidade tecnológica. A meta é cadastrar todos os municípios interessados até o fim de 2025. A solicitação de adesão pode ser feita via formulário no site do Muralha Paulista.
Além da integração de imagens, o Muralha Paulista disponibiliza aplicativo exclusivo para agentes das polícias Civil, Militar e Guardas Municipais, permitindo consultas imediatas: o app revela se um suspeito está foragido, cadastrado em plataformas de entrega, verifica o IMEI de celulares, o registro de armas e mais.
A tecnologia do programa faz cruzamento de dados com o Banco Nacional de Mandados de Prisão e usa reconhecimento facial para identificar suspeitos. Em caso de correspondência, um alerta é enviado ao centro de operações responsável.
“É a primeira vez que o Estado conecta os municípios em um sistema unificado de segurança pública, funcionando como um grande concentrador de dados”, destaca Rafael Ramos, subsecretário de projetos da SSP.
A governança e a proteção de dados são garantidas por decreto. O programa opera com acesso restrito, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e é acompanhado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).




Condemat quer 'Muralha Paulista' em todo Alto Tietê - (Foto: Divulgação)




