A greve de trabalhadores do sistema de transporte sobre trilhos de São Paulo impediu o embarque de ao menos, 164,5 mil passageiros que utilizam as linhas 11 e 12 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que atendem o Alto Tietê, na manhã desta terça-feira (3).
A paralisação, organizada em conjunto com servidores da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo), tem como objetivo protestar contra o plano de privatização das empresas pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Na madrugada desta terça-feira, passageiros que foram até a Estação de Suzano já encontraram a mesma com todos os portões fechados na área de embarque e desembarque. No local há diversas faixas indicando “Estamos em greve”, “Plebiscito contra a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM”.
Há também informativos da CPTM explicando quais linhas estão funcionando. A Linha 11-Coral está funcionando parcialmente da Luz até Guaianases. As demais como a linha 7,10,12 e 13 segue fechada e a paralisação das atividades deve durar 24 horas.
Em outro cartaz informativo, a CPTM explica que devido a greve a transferência entre a companhia e o metrô nas estações Luz (Linha 1-Azul); Tamanduateí; Palmeiras-Barra Funda; Brás; Tatuapé e Corinthians-Itaquera estão fechadas.
Os mesmos informativos estão colados na estação Calmon Viana que atende a Linha 11-Coral e 12-Safira. A estação também está fechada desde o começo da madrugada.
Governo
Na manhã desta terça-feira (3), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes que a greve que acontece na região metropolitana tem cunho político e é ilegal.
Na entrevista, reiterou que as greves não vão impedir que a gestão continue estudando privatizações que, segundo ele, têm como objetivo a melhoria do transporte e experiência do cidadão.
"Vamos continuar estudando processos para prestar o melhor serviço ao cidadão. Nós temos a convicção inabalada que vamos prestar o melhor serviço para o cidadão. Nada vai nos afastar do objetivo para prestar o melhor serviço para o cidadão", disse ele que classificou a greve como um movimento abusivo, egoísta e ilegal.
Tarcísio destacou que as únicas linhas que continuam funcionando mesmo em meio a greve são as privatizadas, o que demonstra, segundo ele, que as concessões têm um bom resultado para a população.
Passageiros
Os passageiros que acordaram cedo na madrugada e manhã desta terça-feira já encontraram os portões fechados das estações de Suzano e Calmon Viana em em razão da greve da categoria.
Com a falta do transporte de trilho sem a ativação do sistema Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese), passageiros tiveram de enfrentar ônibus lotados para chegar aos seus trabalhos ou esperar decisão dos supervisores sobre a liberação do dia.
A recepcionista Beatriz Souza entra no serviço às 12h30 lá em Pinheiros e desde às 9 horas da manhã estava na estação Suzano esperando a decisão do supervisor se vão pagar um carro de aplicativo ou liberar ela.
“A empresa já sabia que iam fazer a greve e eu também estava ciente. Agora fico aguardando a decisão deles”, contou.
Em Calmon Viana, a autônoma Grayce Pires chegou à estação às 9h30 da manhã e encontrou a estação fechada. Ela disse que ficou sabendo da greve mas leu em portais de notícias que começaria a partir das 11 horas da manhã. “Ia levar as crianças no zoológico, estavam animadas. Vou ter que deixar para outro dia. Há notícias falsas sobre a greve”,comentou.




Manhã de caos; greve da CPTM e do Metrô fecha estações do Alto Tietê - (Foto: Guynever Maropo/DS)




