O prefeito Marcus Melo (PSDB) fez um balanço das ações administrativas realizadas em Mogi das Cruzes, que completa nesta terça-feira (1º de setembro), 460 anos. O prefeito também falou das dificuldades impostos pela pandemia da Covid-19, da situação financeira da cidade e mandou uma mensagem para a população da cidade. “Mesmo em casa vamos comemorar o aniversário da nossa cidade”. A seguir trechos da entrevista.
DS: Como está sendo administrar a cidade nesta época de pandemia? Quais as maiores dificuldades?
Marcus Melo: Estamos vivendo uma situação inédita. A pandemia do novo coronavírus modificou completamente todo os cenários previstos. Antes, todos apontavam que 2020 seria um ano de retomada forte da economia, com um bom crescimento do PIB. A doença mudou completamente as previsões. A economia brasileira, tão abalada nos últimos anos, sairá em frangalhos desta pandemia. E, claro, não teria como ser diferente, as cidades passarão por muitas dificuldades para fechar suas contas. A maior dificuldade é manter tudo funcionando e não perder as conquistas dos últimos anos.
DS: Mesmo neste período, o andamento de obras não parou. Quais o sr. destacaria como as mais importantes?
Marcus Melo: Mogi das Cruzes é uma das raras exceções em que as obras não foram paralisadas e isso só foi possível porque desde 2017, primeiro ano de governo dos novos prefeitos, quando o Brasil enfrentava a pior crise econômica e política da sua história, temos mantido um controle rigoroso das contas públicas. Graças a isso, conseguimos entregar obras que vão impactar muito positivamente na qualidade de vida da população. São obras como as áreas de lazer e esporte do Programa Bola na Rede, que revitalizou áreas públicas abandonadas, a UPA 24 Horas de Jundiapeba, cujo atendimento será iniciado em setembro, o Polo de Segurança, em Jundiapeba, o conjunto de 16 novas creches em toda a cidade. Temos em andamento também a Maternidade Municipal, a maior obra de saúde pública da nossa história, o CIAS, na divisa entre o bairro do Rodeio e Cezar de Souza, que terá quatro equipamentos super importantes, como a Clínica do Homem, Clínica da Pessoa com Deficiência, UnicaFisio, que é uma nova clínica de reabilitação e fisioterapia, o novo Pró-Híper, e a maior obra de saneamento básico da história de Jundiapeba, com 15kms de extensão.
DS: Em meio à pandemia como ficará as finanças de Mogi para 2021?
Marcus Melo: A situação é preocupante, o que nos leva a manter um monitoramento diário de todas as contas municipais (o prefeito recebe diariamente dezenas de relatórios de Finanças em seu computador). Há uma previsão de queda na arrecadação de R$ 100 milhões para o próximo exercício.
DS: O sr. é a favor da volta às aulas neste ano? O que se destacou no setor da educação neste ano?
Marcus Melo: Não vejo nenhuma possibilidade de um retorno às aulas no mês de setembro, seja na rede municipal, estadual ou particular. Ainda estamos em pandemia e eu entendo que as aulas só devem voltar quando for seguro para todos. Ou seja, seguro para os alunos, para os professores, para os funcionários. Temos que lembrar que temos muitos professores com mais de 60 anos e que em muitas famílias quem toma das crianças são os avós. No final de setembro deveremos fazer uma nova avaliação, mas eu entendo que não dá para fazer calendários diferentes para as redes, precisa haver uma regra única para todas as redes. Semana passada realizei uma teleconferência com representantes das redes municipal, estadual e particular e todos ainda não sentem segurança para voltar com as aulas presenciais. Mesmo os pais não querem enviar as crianças para as escolas ainda. Em pesquisa recente realizada pela internet, 89% não querem que as aulas presenciais seja retomadas.
DS: Em relação à pavimentação. Como está o cronograma?
Marcus Melo: Mogi é uma cidade antiga, que ainda tem bairros que não possuem pavimentação e também temos a necessidade de recapear e recuperar o asfalto em locais em que o pavimento está desgastado. Conseguimos avançar muito, pavimentando regiões que há anos aguardavam pelo asfalto, como o Piatã, Piatã 2, Vila Augusta, Nova Jundiapeba, Santos Dumont, Jardim Aeroporto, Vila São Francisco. Paralelamente, seguimos com as obras de recapeamento em corredores importantes. Mesmo com a crise, as obras continuam. No total, serão mais de um milhão de metros quadrados de vias serão beneficiadas.
DS: Fale um pouco sobre as obras na área de saúde.
Marcus Melo: A saúde em Mogi está muito bem estruturada. A cidade possui hoje sete unidades de pronto atendimento 24 horas custeadas pela Prefeitura. Duas delas são as Upas 24 Horas do Oropó e do Rodeio. Em breve, agora em setembro, iremos abrir a terceira Upa de Mogi, em Jundiapeba, cujo prédio já está pronto. Temos um enorme complexo integrado de Saúde que deve ficar pronto ainda neste ano no bairro do Rodeio, na divisa com Cezar. Trata-se do Cias- Centro Integrado de Atendimento à Saúde que, como falei anteriormente, terá quatro equipamentos super importantes, como a Clínica do Homem, Clínica da Pessoa com Deficiência, UnicaFisio, que é uma nova clínica de reabilitação e fisioterapia, o novo Pró-Híper. Isso sem contar a futura maternidade que está sendo erguida ao lado do Hospital Municipal.
DS: Que mensagem deixa para a população em mais um aniversário de Mogi?
Marcus Melo: Este ano, ao contrário dos anteriores, não teremos comemorações públicas. É a primeira vez, desde 2001, que não teremos um Desfile Cívico Militar comemorando mais um aniversário de Mogi. E nem poderia ser diferente por causa da pandemia. Mas, de qualquer forma, em casa, vamos celebrar os 460 anos da nossa cidade. Mogi é uma cidade diferenciada, com uma qualidade de vida muito boa. Claro que ainda temos muito para avançar, mas estamos muito acima da média. Mogi é uma cidade que tem uma boa saúde, uma boa educação. Aqui, os serviços públicos funcionam. E é isso que atrai, cada vez mais, moradores para cá. É importante também lembrar que neste momento, ainda estamos em pandemia. Me solidarizo com as famílias das mais de 320 vítimas fatais da Covid-19.




Marcus Melo: “Mogi é uma cidade diferenciada, com uma qualidade de vida muito boa” - (Foto: Arquivo/DS)




