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Jornal Diário de Suzano - 13/12/2025
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Saúde

Raio-x da Saúde tem filas e lotação com casos da gripe H3N2

DS encontrou hospitais e postos cheios de pacientes e espera com duração de mais de 3 horas na região

09 janeiro 2022 - 05h00Por Matheus Cruz - da Região
As cidades do Alto Tietê estão em alerta com o aumento de casos de Influenza H3N2 em toda a região. Para atender a demanda de pacientes com sintomas de síndrome gripal, os executivos estão movendo ações para ampliar os atendimentos. Entretanto, as longas filas nas unidades de saúde têm sido rotina nas últimas semanas.
 
O DS percorreu Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e hospitais de cinco cidades da região, e o cenário encontrado é de filas, demora no atendimento e sobrecarga no sistema de saúde.
 
Mogi
 
Em Mogi das Cruzes, no Pronto Socorro do Luzia de Pinho Melo – gerido pelo Estado - a estudante Gislaine Borges, 18, detalhou o desgaste que teve ao buscar atendimento para o primo Wesley Felipe, de apenas um ano e cinco meses.
 
De acordo com ela, o primeiro atendimento ocorreu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde a espera pela consulta durou cerca de três horas. A família desconfia que seja gripe, mas o diagnóstico apontou suspeita de pneumonia e por isso a criança precisou ser transferida para o hospital. "Ele começou com muita febre, depois tosse e agora está até vomitando. Na UPA chegaram a falar que poderia ser pneumonia, mas desconfiamos que seja a gripe", detalhou.
 
A aposentada Ivanilde Fernandes, 64, também percebe o atendimento sobrecarregado no Pronto Socorro. Ela relata que duas pessoas da família já foram infectadas. "O atendimento realmente está muito difícil. São muitas pessoas ao mesmo tempo, então sobrecarregou bastante", comenta.
 
Itaquá
 
A situação é ainda mais dramática em Itaquaquecetuba, especialmente no CS II, onde pacientes relataram espera de 3 a 4 horas para o atendimento. A auxiliar de secretaria Silvana Vidal, 53, deu entrada na unidade às 12h10 desta quarta-feira (5) em busca de um teste para a Covid-19.
 
Ela conta que sua filha de 18 anos foi infectada pelo vírus durante as festas de Ano Novo. Em contato direto com o vírus, Silvana não sente sintomas, mas precisa apresentar teste para poder voltar ao trabalho. “Eu só vim porque preciso do teste, mas se fosse por sintoma de gripe eu estaria me cuidando em casa. É inadmissível recorrer a atendimento médico e precisar enfrentar tudo isso. No meu caso é apenas um teste”, reclama.
 
Cenário parecido com a dona de casa Luciene Maria Ferreira, 41. Ela precisou recorrer ao CS II para socorrer sua filha de 17 anos que começou a ter sintomas parecidos com o de Covid-19. Ao chegar na unidade, ela se surpreendeu com a quantidade de pessoas. “Acho que a cidade está evoluindo bastante, mas no quesito saúde, hoje tenho uma má impressão. Aqui nem lugar suficiente para sentar tem, a pessoa é obrigada a esperar em pé, até na chuva”, relata.
 
Ferraz
 
Em Ferraz de Vasconcelos, o movimento também é grande na UBS Vila Santo Antônio. A unidade se tornou polo especial de atendimento para os sintomas de gripe desde o final de dezembro de 2021 e tem equipe específica para atender os casos relacionados ao surto de gripe H3N2.
 
A iniciativa foi tomada com o objetivo de filtrar melhor os atendimentos que ficaram sobrecarregados no Hospital Regional “Doutor Osíris Florindo Coelho”, gerido pelo Estado.
Apesar disso, o auxiliar de expedição Adriano dos Santos, 32, relatou à equipe do DS uma longa espera por atendimento na manhã desta quarta-feira (5).
 
Ele apresenta sintomas de gripe e conta que chegou à unidade por volta das 8 horas, mas só saiu às 13h16. “Vim aqui porque falaram que o atendimento é melhor. Realmente fui atendido, fiz o teste de Covid que deu negativo, mas a espera foi muito grande. Não sei se tem médicos a menos ou se esse é o padrão, mas não foi nada rápido”, conta.
 
A auxiliar administrativa Andreza da Silva Ramos, 26, também destacou a demora no atendimento. Apesar de precisar apenas buscar o resultado de um exame, ela conta que foi necessário a espera de pelo menos uma hora.
 
Fluxo grande de pacientes e espera de horas na fila
 
 Regiane Bento/DS
 
Pacientes da região sofrem com as unidades de saúde lotadas e têm de enfrentar várias horas nas filas.
 
O fluxo de atendimento também é grande em Suzano. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o Pronto-Socorro Municipal registrou aumento de 83% nas últimas semanas de dezembro.
 
Na quarta-feira (5) o DS visitou o local e constatou a grande quantidade de pacientes aguardando atendimento. Apesar disso, o aposentado Aparecido Barbosa de Melo, 78, morador da Fazenda Viaduto relata que não teve problemas ao ser consultado. “Tive um problema há dois dias relacionado à diabetes. Precisei vir aqui e, mesmo com os casos de gripe, não tive um atendimento demorado. É ruim porque está sobrecarregado, mas isso acontece em todos os lugares”, contou.
 
Já na Unidade Básica de Saúde (UBS) “Adelzuita Ferreira dos Santos”, no Jardim Monte Cristo, a dona de casa Marília Lemos, 52, precisou esperar cerca de três horas quando foi levar seu marido, que apresentou sintomas de gripe na segunda-feira (3). “Precisei vir com ele e não foi fácil. Tinha muita gente precisando de atendimento e, ao que parece, tinha apenas um médico para atender gripe. Foi bem difícil, mas no geral foi satisfatório porque recebemos os medicamentos certinhos”, disse.
 
O aposentado José de Souza, 53, por outro lado, teve boa experiência no atendimento. Ele conta que conseguiu ser consultado e fez teste de Covid-19, que deu negativo.
 
Poá
 
No Pronto Atendimento Guido Guida, em Poá, a dona de casa Marinalva Severina, 57, foi em busca de atendimento na manhã de quinta-feira (6), quando foi informada por uma funcionária que o local não estava atendendo casos de gripe. “Eu estou com gripe há pelo menos duas semanas. Muita tosse, coriza, espirro e dor no corpo. Acabei de chegar e falaram que não está tendo atendimento. Nem me indicaram outro lugar. Agora não sei para onde ir e o que fazer”, lamentou.
 
Estado
 
Responsável pela gestão do Hospital Luzia de Pinho Melo, de Mogi, o Governo do Estado informou que a unidade está atendendo normalmente e o serviço conta com equipes completas de profissionais.
 
No caso do Regional de Ferraz, que também é gerida pelo Estado, a Secretaria de Saúde destacou que a unidade é referência para pacientes do Alto Tietê e dispõe de Pronto Socorro funcionando 24h por dia, todos os dias. Na unidade, cerca de 1.000 atendimentos diários são registrados no serviço atualmente de todas as especialidades.
 
Prefeituras
 
Em Suzano, a Prefeitura recomenda que em caso de sintomas agudos, o paciente procure o Pronto-Socorro Municipal.
 
De acordo com a Prefeitura de Poá, o Pronto Atendimento Guido Guida registrou - no dia em que a paciente mencionada buscou atendimento - a falta de três médicos (atestados por doença), com apenas um clínico para atendimento na sala de emergência, que estava lotado de pacientes na data.
 
O Executivo recomenda que o paciente pode se dirigir a qualquer unidade de saúde (UBS ou ESF), mais próximo de sua residência. Por fim, com o ocorrido relatado pela reportagem, a diretoria irá reforçar com os funcionários da recepção a importância da orientação devida e precisa aos pacientes.
 
A Secretaria de Saúde de Ferraz informou, em nota, que há um grande aumento no número de atendimentos na rede básica por síndrome gripal desde o final de dezembro. Por isso, foi ampliado o horário de funcionamento do Centro de Saúde II (CSII) Mário Margarido e da UBS CDHU, que passou a atender até às 21 horas, sendo que das 17 às 21 horas, é para atendimento exclusivo de síndrome gripal.
 
Sobre a reclamação da fila de espera na UBS Santo Antônio, a pasta destacou que se trata de um surto que tem representado aumento significativo e que todos os esforços estão sendo feitos para oferecer atendimento.
 
De acordo com a Prefeitura de Itaquá, o aumento no número de atendimentos foi de 100%. Para absorver melhor a demanda, o Executivo destaca que o estoque de medicamentos foi reforçado e houve reforço no número de profissionais que fazem o atendimento. 
 
Em Mogi, a Prefeitura pontua que disponibilizou diversas UBS's para atendimento exclusivo a pacientes com sintomas de síndrome gripal. O atendimento foi gradativamente ampliado - inclusive com um plantão exclusivo na UBS Alto do Ipiranga durante o feriado do Ano Novo.