Com o atraso nos aluguéis e outros compromissos, cinco unidades dos Correios no Alto Tietê estão com risco de fechamento. Os proprietários dos prédios alugados estão começando a solicitar o desapropriamento das instalações, processo que pode demorar até dois anos. As informações são do diretor da região do Alto Tietê no Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba (Sintect-SP), Milton de Jesus Miguel. O DS também entrou em contato com os Correios, eles afirmaram que as informações não procedem.
No total, a região conta com uma média de 25 filiais, estando 20 com problemas de atraso nos valores de aluguel e cinco com sérios riscos de fechamento, segundo Milton. Podem ser desligadas as unidades do Centro de Distribuição (CDD) Mogi das Cruzes, CDD Ferraz de Vasconcelos, Agência de Correios (AC) Ferraz de Vasconcelos, CDD Suzano e CDD Poá. Essas agências foram denunciadas ao Sindicato por seus trabalhadores.
De acordo com Milton, a entidade está preocupada com a situação. “Não sabemos como será a transferência dos operários da região e, em algumas unidades, a empresa tem um projeto de corte de gastos, que vai acabar prejudicando a população e os trabalhadores dessas filiais”, explicou.
Em Suzano, um dos postos corre o risco de ser despejado também devido à falta de pagamento dos aluguéis, chegando a até cinco meses de atraso. “Como os Correios não conseguem outro prédio com urgência, esse CDD pode ser fechado e encaminhado para outra unidade em Guarulhos”, contou. O diretor ainda disse que “Temos um em Ferraz que foi desligado por essa mesma causa e agora os serviços de agência e de distribuição estão no mesmo prédio, apertado e em local insalubre que também pode ser fechado”.
Preocupados com diversas filiais em risco, Milton reforça a importância do serviço dos Correios. “Não é nem minha opinião, é a realidade. Os Correios são muito importantes para o povo brasileiro devido sua capilaridade em todos os municípios, prestação de serviços sociais, de transporte, porta a porta e tudo de qualidade para o público. Estamos realizando atendimento aos aposentados e pensionistas do INSS, já ajudamos na tragédia de Minas Gerais e, mais recentemente, no Rio Grande do Sul, assim evitamos o aumento exagerado dos prestadores destes serviços privados”, disse.
Correios
O DS entrou em contato com os Correios, que negaram a informação. "Não procede a informação de fechamento das unidades citadas. As operações seguem normalmente e não existe processo de despejo para os Centros de Distribuição Domiciliar mencionados", afirmaram em nota.
Sobre a Agência de Correios de Ferraz de Vasconcelos, os Correios também negaram qualquer ação de despejo em andamento. "O contrato de aluguel não será renovado por exigir condições incompatíveis com a legislação aplicável aos Correios enquanto empresa pública. Por isso, a unidade será realocada para um imóvel a 1.300 metros do atual, ao lado do Centro de Distribuição Domiciliar, de modo a garantir um ambiente de trabalho seguro e adequado para todos".
A empresa reforçou ainda que, caso haja alguma alteração no atendimento, tomará as providências para garantir a continuidade dos serviços.
"Caso haja mudanças no atendimento, a empresa tomará todas as medidas para garantir a continuidade dos serviços e o aproveitamento dos empregados nas demais unidades próximas, preservando a qualidade do atendimento à população e reafirmando seu compromisso com a transparência e a valorização de seu quadro de empregados."




Sindicato aponta possibilidade de despejo de unidades da região - (Foto: Regiane Bento/Arquivo DS)




