O Alto Tietê tem três cidades que estão em situação de alta ou média vulnerabilidade climática para inundações, enxurradas e alagamentos, segundo a plataforma Adapta Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Biritiba-Mirim está classificada como alta vulnerabilidade, enquanto Ferraz de Vasconcelos e Santa Isabel estão em média vulnerabilidade. Já Arujá, Guararema e Salesópolis estão classificadas em baixa e Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba, Suzano e Poá em muito baixa vulnerabilidade.
Cidades Verdes-Azuis Resilientes
Os dados integram o relatório Cidades Verdes-Azuis Resilientes, que reúne conhecimento científico e tecnológico para a construção de ambientes urbanos mais preparados e sustentáveis diante de crise climática.
Segundo o MCTI os desastres que provocam instabilidade social não são causados pelo evento climático em si, mas pela interação desse evento com a vulnerabilidade do território, das pessoas e do ambiente construído. O documento reforça que, sem enfrentar a desigualdade, a adaptação não será transformadora, consistente ou duradoura.
O texto também alerta para os riscos de respostas somente reativas, como canalização de rios ou piscinões isoladas, que podem agravar a situação dependendo dos efeitos não planejados, principalmente sobre justiça sócio-climática.
O Ministério explica que o projeto aprofunda que a preservação e a restauração da infraestrutura verde e azul são essenciais para enfrentar enchentes, ilhas de calor, poluição e crises hídricas. As chamadas soluções baseadas na natureza (SbN) promovem a integração entre sistemas urbanos e ecossistemas, por meio de corredores ecológicos, arborização urbana, recuperação de corpos d’água, telhados verdes e solos permeáveis e outras soluções. Entre os benefícios estão o aumento da biodiversidade, o equilíbrio hídrico, a redução de temperatura, a melhoria da qualidade do ar e a saúde da população.
O relatório defende uma governança inclusiva para transformar cidades em territórios verdes, azuis e resilientes. Ainda segundo o MCTI, a educação climática é apontada como essencial, assim como a participação social, que deve ser um pilar para consolidar apoio político e popular às medidas de resiliência.
O documento conclui que a construção de cidades sustentáveis no Brasil exige articulação entre planejamento urbano, justiça social e preservação ambiental, garantindo a universalização dos benefícios e a redução das desigualdades.




Cidades da região estão no levantamento - (Foto: Regiane Bento/Arquivo DS)




