As cidades do Alto Tietê deverão ser mais conservadoras financeiramente a partir do ano que vem. Esse é o entendimento do professor e especialista em Finanças Públicas, Robinson Guedes, o Robinho, que participou do DS Entrevista nesta semana.
“É um momento de alerta. Se eu fosse secretário de Finanças de algum município, faria um controle dos gastos públicos. Não é o momento de ser muito expansionista nas despesas e ser mais contido. Sei que não é fácil, mas grandes investimentos nas cidades não devem acontecer nos próximos anos”, disse o especialista. O motivo, de acordo com Robinho, é a aprovação da Reforma do Imposto de Renda (IR), que é uma grande fonte de renda para os municípios. O impacto começa a ser sentido em 2026, mas o maior impacto se dará a partir de 2027.
“Com a aprovação da Reforma do IR, trabalhadores que ganham até R$ 5 mil deixam de pagar Imposto de Renda na fonte, que é grande parte das receitas do município. Vai ter uma perda de receita. O Governo Federal disse que está criando um mecanismo de compensação, para que os municípios não percam”. O professor ainda falou sobre a arrecadação por meio de impostos próprios, como o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). De acordo com Robinho, o valor desta taxa deve aumentar.
“Provavelmente vai ter um aumento, os prefeitos vão falar que não. A correção anual é pela inflação. O IPTU é pago pelo valor de venda, mas com a Reforma Tributária, o governo está orientando os municípios a readequarem os seus preços ao valor de mercado. Não sabemos como vai ser essa conta. Isso deve impactar de forma positiva nas receitas, mas também traz um desgaste político grande”, finalizou.



Robinson Guedes fez um panorama das expectativas das prefeituras - (Foto: Isabela Oliveira/DS)




