Mais de 900 mil usuários das linhas 11-Coral (Luz- Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana), da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), devem ser afetados com a greve geral dos ferroviários na região. A decisão vai ser anunciada ainda hoje após o término das assembleias com os sindicatos dos Ferroviários de São Paulo. Diariamente, a Linha 12-Safira transporta 248,7 mil passageiros. Já a Linha 11-Coral, uma das mais movimentadas do Estados, conta com 701,2 mil usuários por dia. Em todo o Estado, quase oito milhões de passageiros dependem do Metrô e da CPTM para se locomover. As reuniões acontecerão hoje a partir das 18 horas nos três sindicatos que representam a categoria: na sede do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, no Sindicato dos Ferroviários da Zona de Sorocabana, e Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, que já votaram pela greve. A decisão deve ser anunciada entre 19 e 20 horas. Caso seja aprovada a paralisação, a data provável será dia 27. Isso porque, como manda a lei, as estações de trens terão que conter cartazes informativos espalhados que vão comunicar aos usuários a decisão de greve. De acordo com o presidente do Sindicato Ferroviário de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, a companhia enviou um ofício ontem no qual ratificava a proposta de 6,65% feita na reunião realizada no dia 8 deste mês. O documento, segundo ele, deixa claro que as negociações com a classe estão encerradas. "A CPTM ofertou o menor índice. Não se trata apenas do aumento salarial, mas de reajustar benefícios como o vale-refeição e alimentação e também do Programa de Participação nos Resultados (PPR)", explicou. A proposta foi rejeitada por unanimidade porque fica abaixo do índice que mede a inflação entre fevereiro do ano passado e março deste ano. Eles reivindicam 7,9% de reajuste salarial; 10% de aumento real; garantia de pagamento mínimo de R$ 5 mil do PPR/2015; vale-refeição no valor de R$ 840; vale-alimentação de R$ 400 e auxílio materno-infantil de R$ 500. "O Estado não aceita negociar, impõe. Essa proposta é irrisória", finalizou Matos.
RESPOSTA Em resposta, a CPTM informou que “as negociações se mantêm abertas” e que já foi apresentada uma proposta de reajuste de 6,65%, o que corresponde ao índice de inflação do período (base março), calculada pelo IPC/FIPE. A companhia não respondeu como deve ficar o atendimento, uma vez que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deve julgar a greve. O plano de funcionamento das estações e linhas só é definido depois da manifestação do Tribunal.