Com apenas 31 anos, Marcella Sandes é a primeira mulher a coordenar a máquina de papel Tissue e liderar uma equipe com mais de 30 operacionais na unidade da Suzano em Mogi das Cruzes.
A coordenadora começou como estagiária em 2015 na empresa e atualmente está à frente do cargo há quatro anos. Formada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Alfenas e em Ciências e Tecnologia, Biodiesel na mesma universidade. Realizou uma pós-graduação em Celulose e Papel, Ciência da Madeira/Tecnologia de Celulose e Papel pela Universidade Federal de Viçosa. Concluiu em 2023 mestrado em Processo Industriais, Otimização de Processos Químicos pelo Instituto de Pesquisas Tecnologia (IPT).
A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável.
Marcella é uma dentre várias mulheres que são exemplos de liderança feminina em cargos operacionais da empresa. Em 2023, a empresa alcançou 24,9% de mulheres em cargos de liderança (gerência funcional e acima). O objetivo da companhia é aumentar em 30% a representatividade feminina em cargos de liderança até 2025.
“Preciso ocupar esse lugar para mais mulheres se sentirem representadas”, comenta Marcella em entrevista ao DS sobre os desafios do cargo.
A gestora do setor do papel Tissue é esposa e mãe no seu tempo livre. Ela conta que sempre teve apoio dos amigos e familiares para chegar no cargo que está hoje. Mas enfrentou desafios no caminho.
"Quando iniciei na fábrica sempre tive muito incentivos e os colaboradores sempre me apoiaram. Tanto que quando surgiu a vaga já esperavam que fosse ocupada por mim. Mas quando se está à frente, é preciso sempre reforçar o seu potencial. Aprendi que também preciso encarar e quebrar as crenças limitantes que impedem de crescer”, contou.
Sobre as crenças limitantes sobre si mesmo, Marcella cita a síndrome da impostora.
A síndrome da impostora atinge especialmente mulheres e é caracterizada por pensamentos que reforçam a falta de confiança e a sensação de que o sucesso atingido não foi merecido, segundo o Instituto de Psicologia da USP.
Grande parte das mulheres nutre esse tipo de pensamento ao assumir um novo papel de liderança ou ascender na profissão.
A coordenadora conta que o processo de coach, com mulheres inspiradoras também a apoia no desenvolvimento da carreira. “É muito importante enxergar que a minha evolução profissional está acontecendo pela minha capacidade e porque estou preparada e sigo evoluindo para isso. A gente precisa ser a primeira pessoa a se apoiar”, explicou.
A sororidade feminina é crucial para mulheres em busca de crescimento e desenvolvimento profissional. “Muitas de nós enfrentamos desafios diários muito parecidos, por isso é importante ter contato com outras mulheres que trilham os mesmos caminhos para fortalecer ainda mais nosso propósito juntas", acrescenta.
Marcella exemplifica que o fato dela assumir esse cargo também inspira outros homens a incentivar suas esposas e filhas a seguir o mesmo caminho. “Minha representatividade para muitos homens é mostrar que é possível. Inspirar que outras mulheres também conseguem chegar a um cargo grande. Minha filha tem cinco anos e diz que sou a inspiração para ela. É gratificante ouvir isso”, disse.
Como incentivo para que mais mulheres busquem cargos dentro da instituição, a Suzano promove programas e iniciativas que reforçam o compromisso com a diversidade e equidade de gênero, além de oportunidades de crescimento e reconhecimento profissional.