O Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil que opera as linhas 11-Coral (Luz-Guaianases-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) ameaça fazer a segunda paralisação na circulação dos trens à zero hora de amanhã, caso a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não manifeste interesse em melhorar as propostas para a categoria. Desta vez, a interrupção deve acontecer por tempo indeterminado, de acordo com o secretário-geral do sindicato, Leonildo Bittencourt Canabrava. As duas linhas transportam mais de 900 mil usuários por dia útil. "Fizemos a primeira paralisação para mostrar que estamos organizados. Se não houver um contato da CPTM vamos parar por tempo indeterminado", afirmou Canabrava. Hoje à tarde, os ferroviários realizam mais uma assembleia em frente a estação Brás,às 18 horas, no Centro. Até este horário, a categoria espera que representantes da estatal entrem em contato e sinalizem disposição para negociações. Caso contrário, a chance de uma segunda paralisação é grande explica o secretário. "Queremos deixar claro que nossa vontade nunca foi paralisar o serviço. Queremos respeito e melhorias", enfatizou. Canabrava classifica a companhia com intransigente nas negociações e destaca que pauta de reivindicações inclui outros pleitos como a regularização da jornada de trabalho de cerca de 1,3 mil maquinistas, que cumprem uma jornada de trabalho de oito horas, sem horário de almoço. Segundo ele, os que conseguem o direito na Justiça são penalizados. A CPTM informou que “atualmente são 223 empregados que trabalham em regime de escalas de revezamento com jornadas diárias de seis horas, com intervalos de 15 minutos e média semanal de 36 horas, conforme legislação vigente. As equipes estão distribuídas em quatro turnos para atender as 24 horas de operação: manhã, tarde, vespertino e noite”. Outro ponto a ser destacado pelo sindicato é o pagamento dos 15% de risco de periculosidade aos trabalhadores das estações, o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) no valor de R$ 5 mil e a eliminação de metas. O valor, segundo ele, é justo uma vez que os ferroviários pertencem a mesma secretaria e desempenham a mesma função. "Por que para nós não pode haver aumento? Estamos negociando com a empresa desde março. Não dá para dizer que somos impacientes", ressaltou. CIRCULAÇÃO Em pouco mais de dez horas de paralisação na semana passada, os usuários das duas linhas tiveram que se desdobrar para chegar a tempo no trabalho. Em todas as estações da linha 11-Coral, por exemplo, não foi implantada uma operação de emergência, como o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese). PROPOSTA Na última audiência realizada entre os mediadores da empresa e sindicato, os ferroviários recusaram duas propostas da companhia e entraram em greve por cerca de 14 horas. Ajuste de 7,72% de reajuste salarial e 10% nos benefícios vale-alimentação, tíquete refeição e auxílio materno 8,25% de reajuste salarial e sobre todos os benefícios. A próxima audiência marcada entre as partes está marcada para a próxima quinta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região.