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Jornal Diário de Suzano - 27/04/2024
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Coluna

Xadrez nas Escolas

23 novembro 2023 - 05h00

Ontem fui visitar a Escola Municipal Epitácio Pessoa, na zona Leste de São Paulo e encontrar o professor Henrique, geógrafo e também enxadrista. Ele coordena um projeto de xadrez para alunos de 06 a 16 anos. 
Ele foi ao meu encontro na entrada da Escola. Gosto do ambiente escolar e fico pensando na energia despendida dos professores diante de tanta vida, tanta agitação dessa criançada que quer entrar pela janela, correr de costas, e viver para além das regras, dos sinais, das filas.
Chego na sala de aula onde transcorre a aula de xadrez. Um armário com tabuleiros, peças, relógios. As carteiras típicas de uma sala de aula e oito alunos. Não perguntei suas idades. Mas eles jogavam e saíam correndo, pegavam livros. 
De um lado, a concentração exigida no jogo do xadrez; do outro a correria, a conversa, a dispersão. E o professor, atencioso e cuidados, atendendo aos chamados enquanto conversava comigo, o intruso.
O projeto de Xadrez na Rede Pública Municipal de Educação iniciou-se em 1994 em parceria com a Federação Paulista de Xadrez. Do xadrez, o projeto expandiu-se para outros jogos de tabuleiro, um representante de cada continente: Jogo do Go (Ásia); Jogo da Onça (Américas); Mancala Awelé (África). Eu sei que faltou a Oceania!
Como são muitos os projetos de atividades extras, concorrentes entre si, desde futebol até robótica, a cada ano é preciso que se faça um chamamento, uma divulgação em sala de aula. 
É assim que Henrique, neste ano, formou suas três turmas que somam 50 alunos, com aulas semanais, que ocorrem das 12h às 13h.
A execução do Projeto é remunerada, ou seja, o professor recebe pelo trabalho realizado, e não poderia ser diferente. 
Trata-se de atividade que exige horas de trabalho, desde a elaboração do projeto com a programação anual, passando pela divulgação, até a preparação das aulas, a condução das atividades, a inserção e participação nas redes virtuais e presenciais de professores vinculados à prática do xadrez.
Henrique é modesto e reconhece seus inspiradores. Fala do diretor da Escola no Jaçanã que em 2015 lhe falou do Projeto da Prefeitura e o iniciou nesse mundo; da sua experiência na Escola Pedro Aleixo, onde ele próprio permaneceu cinco anos; do Projeto desenvolvido na Escola Pedro Teixeira e do professor Gaspar, fonte de inspiração; do professor Magela, referência e veterano.
Há dois torneios municipais anuais, cada qual organizado em sete categorias: sub 8, sub 10, sub 12, sub 14, sub 16, sub 18 e Livre. Segundo o Henrique, esses são os "momentos fortes" do ciclo anual de aulas e atividades.
Henrique é muito criterioso ao avaliar. Não fala de efeitos psicológicos e tampouco do aumento de concentração, eventuais resultados da prática do xadrez; mas garante que melhora a sociabilidade das crianças, a integração entre alunos de diferentes salas e anos e "acalma" a criançada.