sexta 26 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Ainda bem que existe esperança

24 novembro 2020 - 05h00
Final do décimo primeiro mês do ano e temos a sensação de que não fizemos nada...
Há um vazio tomando conta de tudo, foi um ano difícil para quase todos os habitantes deste planeta, todos sem exceção perdemos um amigo, um conhecido, um familiar, alguém querido...
A morte visitou todas as famílias, algumas dessas últimas viagens já eram esperadas por conta de doenças antigas que se encontram instaladas entre nós e que rotineiramente ceifam a vida de alguém, conhecido ou não... Mas, aí conhecemos a COVID-19, chegou e foi tomando conta, nos fez ficar recolhidos em de casa, isolados de nossos familiares e amigos, saindo só o necessário, nos vendo por meio das ligações de vídeo...
Fechou os cinemas, os shoppings, as lojas, as praias... Nossos passeios foram suspensos, nossas reuniões foram adiadas. Passamos a maior parte do tempo dentro de nossos lares, alguns de nós em completa solidão, tendo por companhia a tela da televisão e seus noticiários que nos traziam as informações do contagio que crescia, que ceifava tantas vidas que as covas eram abertas às centenas para receber os corpos dos falecidos que não tinham e ainda não tem sequer direito ao velório e os familiares ficam ao desabrigo de um abraço amigo de uma palavra de conforto.
Um ano que muitos de nós deseja ardentemente que termine logo e que seja esquecido...
Aprender a trabalhar em nossos lares, envolvidos pelos problemas ali existentes e que muitas vezes passava despercebido por estarmos ausentes, foi uma das tarefas mais árduas enfrentadas pela maioria das pessoas, filhos, animais, conversas paralelas e a falta de convivência e diálogo com os companheiros de profissão, tudo isso teve que ser vencido dia após dia...
O aprendizado foi grande, muitos de nós tivemos que nos envolver com a vida escolar dos filhos, e relembrar o aprendido há anos para poder colaborar nas aulas à distância, com professores on-line, coisa que para muitos foi até mais difícil do que para os filhos acostumados com o uso da internet e com os novos meios de comunicação.
O retorno da vida ao que chamamos de quase normalidade não nos fez sentir seguros, a máscara passou a fazer parte de nosso vestuário, carregar álcool em gel na bolsa, no bolso, no carro virou rotina e manter-se distante já faz parte da nossa vivência, aprendemos a viver sem beijos e abraços, que nos fazem muita falta.
Entretanto, não acredito que seja um ano para ser esquecido... 
Estamos vendo a comunidade cientifica do mundo unida na busca de uma vacina que nos imunize contra essa doença que se não ceifa a vida, nos maltrata por longo tempo. É a primeira vez que vemos pesquisas que unem os países em busca desse resultado positivo o mais breve possível.
Nos fez rever nossa rotina, nossos relacionamentos, nossa maneira de viver, nos fez perceber que nossa ausência permitiu que a natureza se recuperasse e se mostrasse exuberante novamente...
A poluição diminuiu, as praias ficaram mais limpas, a vida vem se refazendo...
Temos que aprender muito ainda, nos melhorarmos como seres humanos, nos aperfeiçoarmos nos relacionamentos entre raças e credos, mas temos certeza que não é um sonho impossível de se realizar.
Esperança existe e para que se concretize basta que nos esforcemos...