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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

Dias musicais

25 julho 2023 - 05h00

Ouvi de uma pessoa conhecida que sentia falta dos sons matutino normais em sua terra natal... O barulho da passarada no alvorecer nos sítios e em alguns bairros mais distantes ainda alegra o amanhecer de muitas pessoas.
Disse ele que se sentia triste por não poder sentir mais esse prazer, então sua esposa colocou vasos de flores em sua varanda, num apartamento do sétimo andar e depois de algum tempo notou que os beija-flores e outros pássaros começaram a frequentar sua varanda e festejar o encontro das plantas que ali floriam...
Também amo abrir a janela cedo e ver a passarada alegre voando de um lado para outro, uns aguardando que a comida chegue ao comedouro que coloquei, onde abrem as asas para poder usufruir mais que outros do alimento, as corroíras e os beija-flores se deliciando no néctar dos camarões vermelhos que tomam conta de parte do jardim, onde também florescem outras plantas nesta época do ano...
As roseiras cheias de botões, as orquídeas com seu especial encanto, o multicolorido do jardim se mistura com as muitas cores dos pássaros que esvoaçam emitindo seus sons peculiares em meio às maritacas que aproveitam para saborear as sementes da sibipiruna.
Por vezes vejo ali um casal de papagaio que durante certa época do ano aparecem com seus filhotes, outras só os dois... Também o tucano e por vezes um sagui, para o qual coloco uma banana e aprecio enquanto ele saboreia devagar observando o ambiente ao redor...
Assim o dia já amanhece com boa energia, nos permitindo manter a alegria de uma noite de repouso e os projetos diários em alta.
Para continuar o dia nessa mesma vibração a música vai se fazer presente, seja ouvindo um CD ou até mesmo antigos LPs, cujo som pode me levar a doces lembranças de um tempo que já passou e que vivi intensamente junto com a família que me deu origem, relembro palavras de incentivo de meu pai, da maneira como lia o jornal, que antes fazia parte da casa das pessoas, pois, era uma maneira de se manter informado para o dia, enquanto lá na cozinha minha mãe ia dando conta dos afazeres domésticos com nossa colaboração enquanto o feijão fazia apitar a panela de pressão e boa música se fazia ouvir no rádio ou na voz de minha mãe, que cantava com suavidade.
Naquele tempo a passarinhada saltava livre pelo chão de terra do quintal onde por vezes minha mãe jogava um punhado de quirera fininha que fazia a festa daquela visão multicolorida de penas que se amontoavam para usufruir do alimento...
Da porta bem acomodado o cão observava tudo parecendo um estátua de olhar atento, lá no canto onde o Sol esquentava o ambiente o gato todo enrolado dormia calmamente.
A música se fazia presente sempre na minha casa e em minha memória até os tempos atuais.
Então para manter essa alegria que o som ajudava permanecer por longos períodos, evitando que déssemos importância ao olhar mal humorado de um passante, de uma palavra menos harmoniosa de alguém indisposto, continuo ouvindo música, principalmente as mais antigas que nos enlevam e agradam o ouvido e a mente, nos aproximando das ideias positivas, da energia boa que rege o universo, da paz que ameniza as dificuldades cotidianas, da esperança que invade o espírito trazendo consigo a certeza de que dias melhores sempre virão e os percalços são passageiros e certamente irão passar...