sexta 26 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Dias sem inspiração

12 abril 2022 - 05h00

Tem dias que as notícias que nos chegam abalam o nosso ânimo e nos deixam sem inspiração.
Parece que estamos regredindo, são tantas as tragédias, guerras, desentendimentos, agressões que temos a impressão que chegamos ao limite.
Uma guerra sem finalidade, que não resultará em proveito para nenhum dos lados é travada com violência desmedida, atingindo pobres pessoas que não conseguem se defender e acabam sendo feridas com gravidade em seu corpo físico, quando a morte não os alcança... Além do mal maior causado às suas mentes, que irão se lembrar para o resto dos seus dias dessa desnecessária truculência que vem sendo usada.
Famílias de ambos os lados perdem entes queridos que são envolvidos nesse combate, sem, contudo, entender o que de fato está ocorrendo, pois, o mandante da guerra, diferentemente de tempos idos de nossa história não comanda seus exércitos lutando junto com eles na frente de batalha, mas permanece em plena segurança, dentro de seus castelos fortificados, aparecendo vez ou outra na tela da televisão mostrando uma energia que certamente não possui.
Com certeza toma seu café com tranquilidade, assim como faz todas as suas refeições e nos intervalos discute novas estratégias e modo de operação a fim de causar mal aos seus supostos inimigos, que um dia fizeram parte do mesmo conglomerado de países e que falam línguas semelhantes, além de ter familiares em ambos os lados dos contendores.
Ao final do dia, cercado de todo conforto que inexiste no campo de batalha, toma tranquilamente um banho que restaura suas energias e permite o descanso físico entre lençóis limpos e aconchegantes, enquanto os soldados se revezam na dura enxerga que lhes cabe no acampamento sem conforto e desprovido até mesmo de uma refeição descente.
Esses jovens soldados lutam obrigados por um regime ditatorial que não lhes permite escolha de outro caminho e, sem motivação utilizam seus equipamentos de guerra como se fosse um brinquedo, mas um brinquedo mortal que tira vidas e destrói famílias pelo simples fato de estarem do outro lado da fronteira.
Aqui bem próximo de nós vemos a violência em nosso cotidiano, em companheiros que espancam e matam pelo instinto de propriedade, esse que não permite que a outra pessoa faça suas escolhas sem o incluir em suas vidas.
Violência que não mede consequências e é exercida muitas vezes na frente de crianças que não conseguem entender esse desamor de alguém que até pouco tempo era merecedor de seu respeito e carinho.
Violência nos atos de vandalismo, nos roubos de ninharias e até mesmo de grandes valores, sem a vontade de verdadeiramente possuir, mas somente de usufruir momentaneamente de um conforto fugaz ou do prazer ligeiro da droga que encolhe a existência quando não a torna muito mais inútil e sem sentido.
Atos que levam crianças a entenderem normal se revoltarem com seus pais quando não são atendidos de imediato em seus queixumes ou com seus mestres, se permitindo então os agredir verbal e fisicamente.
Tempos em que evoluímos em busca da tecnologia, do aperfeiçoamento de máquinas que substituem o homem, de remédios que salvam vidas, que chegamos a outros planetas, voltamos gradativamente a priscas eras onde a violência era a maneira de subsistir a realidade que nos cercava.
Queira Deus que em breve retomemos a consciência e tenhamos a paz como meta.