sexta 26 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Festas juninas

15 junho 2020 - 23h59
Junho talvez seja o mais festivo dos meses do ano, afinal quase sempre temos a comemoração de Corpus Christis que de fato não é festiva, mas nos permite exercer a criatividade na elaboração dos coloridos tapetes, por onde passarão as procissões carregadas de fé, com os anjinhos de asas balouçantes e carinhas meigas, que comove nossos corações e derrama sobre todos a esperança de melhores tempos e de realizações carregadas de fé.
Aí vem as festas de Santo Antônio, São João e São Pedro, onde a animação se faz presente, com suas danças e roupas coloridas.
No meu tempo de criança as festas juninas escolares, com suas barracas cheias de doces gostosos como o de batata, de laranja, pé de moleque, doce de leite, de abobora, feitos com carinho pelas mães dos alunos, aquelas mais prendadas na cozinha, cada um com um sabor especial, faziam engordar o caixa da escola que permitiria ajudar os alunos mais necessitados de algum material ou até mesmo numa melhora de algum ambiente do local.
O festejo culminava com a quadrilha dançada pelos alunos das mais diferentes idades, as meninas com seus vestidos de chita feitos especialmente para a ocasião, coloridos, cheios de rendas e babados, os cabelos presos em duas longas tranças que caiam sobre os ombros, finalizados por fitas largas da cor dominante do vestido e os garotos com suas roupas carregadas de remendos coloridos, que davam um ar especial, mesmo às roupas novas e as botas tipo "arranca toco", que fazia com que todos se sentissem o máximo, alvo de todos os olhares, e por isso mesmo desfilavam de um lado para outro do pátio se exibindo explicitamente...
A dança sempre conduzida pela professora era a alegria de todos que se esmeravam para não esquecer nenhum passo, não errar e fazer bonito para no final receber beijos apaixonados de suas mães orgulhosas e, lógico a dança também era a oportunidade de estar próxima daquela menina ou menino que durante as aulas recebia os olhares de admiração dos colegas, fosse por seu desempenho que resultava em boas notas, fosse pelo sentimento de carinho inocente trocado nos intervalos...
Em muitas casas também se comemorava essas datas e, diferentemente da escola, não era em todas que se podia dançar a quadrilha, pois, o número de pessoas da família era muito menor que o necessário, mas o esmero na produção dos doces superava aquela da escola, havia canjica, arroz doce, além daqueles que já foram enumerados, muita pipoca e o agrado para os mais velhos, o quentão que ficava ao lado da fogueira, para se manter aquecido e ser saboreado "pelando" como dizíamos.
Tinha também o vinho quente, que muitas vezes nós crianças também gostávamos de saborear, afinal, nossas mães caprichavam na sua feitura e acrescentavam água e frutas, que davam um sabor especial e que tinham o álcool amenizado com a queima antes de todo o processo de elaboração... 
Delícias que até hoje fazem a memória afetiva se encher de alegria e a boca salivar com as lembranças desse tempo.
Hoje essas festas ainda permanecem, mas o encanto da infância já passou...