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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Lacunas

27 janeiro 2020 - 23h59
Nascemos e convivemos com pessoas, inicialmente os familiares próximos, depois vamos evoluindo e desenvolvendo outras atividades. Nesse progresso constante vamos conhecendo outras pessoas e nos apegando a elas pela amizade, pelo carinho, pelos gostos semelhantes, pelas afinidades enfim... Umas se tornam mais próximas, outras convivemos nos vendo esporadicamente, mas nutrimos uma afeição especial, daquelas que parecem nos unir de outras passagens por aqui e, certamente isso num tempo agora desconhecido já ocorreu.
Uns tem o dom de nos aconselhar e serem ouvidos, coisa difícil, pois, nenhum de nós gosta de conselhos, mesmo que reconheçamos muitas vezes nos facilitam a vida, aperfeiçoam experiências.
Nossos pais são aqueles com a missão de direcionar nossas vidas por caminhos seguros e de progresso, nem sempre conseguem, pois, temos naturalmente o instinto da rebeldia e, por vezes queremos provar que somos melhores e mais capazes e seguimos por caminhos mais espinhosos e sofridos para demonstrar uma superioridade que não existe...
Enfim, a um tempo de rebeldia, mas chega também o tempo da compreensão, da nossa evolução espiritual tão necessária e para qual todos estamos destinados.
Nesse momento aprendemos a ouvir, respeitar e entender as palavras nos tornando mais brandos de coração e acatando as opiniões, mesmo que divergentes de nossos pensamentos.
Entretanto, a passagem de tempo é por vezes longa e as pessoas iniciam suas viagens de volta, após cumprirem com louvor ou não suas missões. O normal é que aqueles que nos deram vida sigam primeiro e vamos aprendendo doloridamente a sentir a falta dos conselhos, do abraço, das conversas, dos passeios, a ausência perene daqueles que um dia fizeram parte de nossas existências.
A vida como disse é um constante ir e vir e novas vidas, novos amores, novas amizades chegam nos enchendo de alegria e prazer, algumas se tornam parte integrante de nossas existências, mas nenhuma delas consegue preencher o vazio que fica daqueles que já se foram.
O mais difícil é quando chega o tempo em que a maioria de nós já cumpriu suas caminhadas e, 
as partidas se tornam frequentes e vamos ficando despedaçados com as perdas desses queridos. Eles renascem em outra existência onde os aguarda os amigos eternos, os prêmios por terem vencido suas lutas na matéria e, para nós resta a saudade que perdura enquanto aqui permanecemos que pode ser por longo período, até que nossa jornada também se cumpra.
A cada partida perdemos um pedaço de nós e doa com frequência, com o passar do tempo essa dor diminui, voltando com intensidade junto com as lembranças e a saudade...
Assim vamos ficando com o coração dilacerado pelas perdas que sofremos nenhuma comparável a ultima viagem de nossos pais, aqueles que nos deram a vida e que aprendemos a amar e valorizar em cada dia que vivemos, elas vão doer para sempre com maior ou menor intensidade a cada dia que passar...
Somam-se a essas perdas aquelas dos amigos que se fizeram especiais, que deixam lacunas que jamais serão preenchidas... Assim é a vida, um constante ir e vir...