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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Porque saudade...

10 fevereiro 2020 - 23h59
É comum vermos nas páginas sociais as pessoas se cumprimentarem e comentarem que estão sentindo saudades.
Algumas residem próximo, uma pequena caminhada ou talvez um passeio fazendo uso de algum tipo de transporte faria com que essa saudade desaparecesse e pudessem relembrar pessoalmente de fatos acontecidos que trouxeram alegria, tristeza e as recordações se tornariam mais presentes, poderiam se abraçar e acabar com a saudade que dizem sentir umas das outras.
Entretanto, é mais fácil, mais cômodo falarmos na saudade que estamos sentindo, a falta do abraço que acalentamos na memória no conforto dos nossos sofás segurando nosso celular ligado nas redes sociais e, logo em seguida viajarmos naquela telinha para a figura de outro amigo ou familiar que também não vemos e repetir que estamos sentindo saudade, sem nada fazer para amenizar esse sentimento.
A saudade só não acaba se aquele por quem a sentimos já partiu, fez sua última viagem, nesses casos só podemos viver e relembrar os bons momentos, suas palavras, seus conselhos, do café feito com carinho para nos receber num longo papo... Essa é a saudade que não tem solução...
Para essa que louvamos nas redes sociais, nos sítios de conversas, certamente podemos resolver rapidamente, basta que saiamos do interior e do conforto de nossos lares, da frente de nossos computadores pessoais e de nossos celulares ligados ininterruptamente na internet e onde buscamos afoitos as postagens de familiares e amigos sem, contudo, se preocupar como estão de verdade por trás de suas postagens.
Às vezes quem está postando lindas mensagens de amor e felicidade está com os olhos marejados de lágrimas, em completa solidão em sua casa, sentindo falta de um abraço forte e encorajador, de uma palavra de carinho e de esperança e até mesmo de receber um carinho não em palavras, mas em forma de um bolo, de uma flor, saber que está sendo lembrada e é querida.
É muito fácil compartilhar fotos e direcionar lindas palavras copiadas de outros que as produzem e divulgam, mas é difícil fazer isso pessoalmente, olho no olho, mãos entrelaçadas, dizer que ama e sente falta, se esse alguém precisa de ajuda, de um carinho, de um abraço, disponibilizando seu tempo e seu ouvido, tudo isso se torna difícil, quando nos acomodamos em nossos sofás, no conforto de nossos lares, sem ter que se preocupar com o nosso visual e nos afastando de possíveis problemas de trânsito e de tempo.
Entretanto, quando findo o tempo de alguém que nos é caro, mas que por livre vontade nos ausentamos, conseguimos tempo para ir ao velório e chorar de tristeza e às vezes de remorso por não ter dado aquele abraço forte, ter ouvido aquela voz que acalentava nosso coração e que agora será saudade para sempre.
Modernidade é maravilhoso, favorece e facilita nossas vidas, só não podemos permitir nos acomodar, pois, são tantos equipamentos eletrônicos que fazem nossos serviços, que nos permitem conversar à distância, que por vezes abandonamos velhos hábitos de fazer a limpeza nós mesmos, dedicando atenção especial aos detalhes de nosso lar e principalmente dedicar tempo e atenção àqueles que queremos bem...