sexta 26 de abril de 2024Logo Rede DS Comunicação

Assine o Jornal impresso + Digital por menos de R$ 34,90 por mês, no plano anual.

Ler JornalAssine
Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
Envie seu vídeo(11) 4745-6900
Coluna

Setembro amarelo

09 setembro 2020 - 05h00

Entramos mais uma vez, desde a sua criação no Brasil, no chamado Setembro Amarelo o mês de prevenção do suicídio.
É certo que é o mês em que se tenta dar mais atenção a uma situação que ocorre de janeiro a dezembro, pois, as pessoas estão à mercê de problemas de saúde mental durante o ano todo, principalmente agora num tempo em que vivemos um intenso estresse emocional, muitas no interior de seus lares, isolados, sem ter com quem conversar ou até mesmo com excesso de pessoas ao seu redor, mas sentindo-se completamente sozinhas e não compreendidas em sua individualidade.
É difícil entender o mecanismo que leva as pessoas a se desgostarem da vida e buscar alternativas de reduzir seu tempo por aqui.
O que vemos muitas vezes são pessoas sorridentes, piadistas, que parecem esbanjar bom humor e alegria, repentinamente, darem cabo de suas vidas de maneiras diversas e agressivas, com ingestão de veneno, de excesso de medicamentos, por enforcamento e até mesmo com o uso de armas de fogo ou brancas.
Entendemos, e é nesse sentido que este mês de setembro, vem alertar as pessoas, para que se apercebam mais das dificuldades daqueles que nos cercam, sejam amigos, parentes, conhecidos ou pessoas que carecem de uma conversa, de um par de ouvidos que se disponham a ouvi-las, a dar atenção ao que consideram problemas insuperáveis. Às vezes esse ato simples de ouvir, de dar atenção, de mostrar interesse ajude a pessoa a superar suas dificuldades, a ampliar seu horizonte, voltando a ter expectativa de vida mais positiva, a enxergar com mais prazer suas obrigações, sem se deixar abater pelas crises de depressão, de pânico, de ansiedade que estão levando as pessoas a pedirem orações em páginas da internet, tentando de alguma maneira obter ajuda, uma palavra amiga, um pouco de atenção de quem se disponibilizar a ouvir, a dialogar, a dar a mão, acolher num abraço, mesmo que virtual em tempos de pandemia demonstrar que ninguém está só, isolado numa bolha, que sim podemos nos auxiliar.
Em nosso tempo atual, onde um aparelho tão pequeno consome nossa disposição para xeretar a vida alheia, sem ter que sair ou buscar informações, tudo é facilitado por essa comunicação cibernética, deixamos de conviver com aqueles que amamos que deveríamos dar atenção e, passamos horas ligados nas conversas que saltam aos nossos olhos, mas que não nos dizem respeito...
Completamos as orações alheias, damos palpite, nos irritamos com algumas publicações, criticamos outras, mas esquecemos daqueles que conosco convivem, dentro da mesma casa, mas que ficam isolados, e se sentem esquecidos com nossa ausência mental, pois, fisicamente ali estamos presentes, mas não nos disponibilizamos para ouvir e até mesmo para falar, tirar dúvidas, auxiliar, abraçar e entender o que se passa que o olhar está perdido no espaço, que lágrimas escorrem fugidias pela face que busca esconder. Vamos dar mais atenção às pessoas que nos cercam certamente as faremos mais felizes e talvez possamos assim minimizar os problemas que enfrentam, não permitindo que deem cabo de suas vidas precocemente.