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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

Lembranças

04 junho 2018 - 23h59
Tem dias que o passado se faz mais presente e lembramo-nos de nossa infância como se estivéssemos vivendo tudo novamente.
Os passeios que fazíamos a pé com nossos pais por avenidas hoje tão movimentadas, mas que tinham um encanto todo especial, como poder comer um cachorro quente simples e tão saboroso que ainda nos dá água na boca ou tomar um sorvete comprado nos carrinhos amarelos que se viam à farta pelas esquinas da cidade.
O pic-nic com guloseimas preparadas por mamãe e que eram saboreadas em locais tão especiais como o Parque da Água Branca, o Zoológico, o Horto Florestal ou em Paranapiacaba com o encanto da vila Inglesa e a ferrovia com seu visual cheio de neblina a maior parte do dia.
O passeio programado com carinho por nossos pais... Saíamos cedo de casa e íamos de trem, que tinha um sabor especial, descer a serra ouvindo o som dos cabos de aço e chegar à cidade de Santos para passar o dia... Inigualável!
Sair levando uma sacola com coisinhas diferentes que seriam os presentes que iríamos entregar no destino e tomar o trem que era conduzido por uma Maria Fumaça barulhenta que nos conduzia à casa de nossa bisavó, onde sempre éramos recebidos com o cheiro agradável que saia das panelas que estavam sobre o fogão de lenha, cheiro de uma comidinha saborosa que era servida em pratos de ágata. A sobremesa que podíamos escolher nos potes que ficavam sobre o grande armário da cozinha... Compotas deliciosas de frutas que ela colhia e preparava pensando em nós.
Podia ser também o passeio para cidades que nos pareciam tão distantes e que hoje são tão próximas, para visitar os tios de meus pais e ouvir histórias de família que ficaram para sempre na memória.
Acordar cedo no dia a dia e ver a mamãe preparar a lancheira, coisa que hoje poucos conhecem o cuidado com nosso uniforme impecavelmente passado e as conversas a caminho da escola, conselhos que se leva para uma vida toda.
As brincadeiras na praça, onde o perigo era ficar presa nas patas do cavalo do Duque de Caxias, que ainda não havia se transformado na grande estátua que está colocada no imenso obelisco onde hoje se encontra.
A rotina de buscar a mamãe no trabalho, curtindo a entrada da noite com as luzes da cidade acendendo para iluminar o que já era uma grande metrópole e às vezes ir ao cinema em família saboreando pipoca!
Lembranças que recarregam de boas energias a mente, que hoje tem um imenso arquivo de boas memórias e de tantas outras que até fazem doer o coração e as lágrimas caírem abundantes dos olhos e rolarem livres e nos fazendo ter a sensação de sentir um leve afago no rosto úmido como se alguém que agora só mora nas nossas lembranças estivesse ali ao nosso lado, nos amparando e dizendo para seguir em frente, afinal a caminhada ainda não chegou ao seu final, mesmo parecendo longa e cansativa...
É só mais um ano que se completa no viver desta existência...