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Jornal Diário de Suzano - 26/04/2024
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Coluna

São tantas coisas

29 julho 2019 - 23h59
Voltamos a falar sobre a violência contra as mulheres... Triste realidade de nossos dias, quando está sendo necessário leis e questionamentos contra essa violência que aumenta sempre.
Não se passa um dia sem uma notícia de feminicídio, de que uma mulher seja ela criança, jovem ou idosa não seja vítima de algum tipo de abuso causado pelo pai, marido, namorado, companheiro ou familiar.
Quanto mais falamos e escrevemos a respeito, mais verificamos o aumento do número de vítimas o que é triste e revoltante constatar.
Houve um tempo em que tudo era ocultado, esses fatos não eram tão divulgados, as mulheres sofriam violência em seus lares e calavam-se sem ter para onde ir ou quem as apoiasse, mas, esses homens violentos não matavam, exerciam um direito que acreditavam possuir de pais de família que eram soberanos em suas decisões e tratavam suas esposas como propriedade, como parte de tudo que lhe pertencia, afinal haviam sido entregues ao seu jugo pelos próprios familiares dessas mulheres.
Casar era obrigatório, mas não havia escolha pessoal, o pai é que normalmente decidia com quem ela se casaria, o parceiro deveria ser de boa família e ter emprego digno. Entretanto, não se preocupavam o que aconteceria com aquela filha que muitas vezes havia recebido amor e atenção de seus familiares que a respeitavam e amavam, casada ela passava a ser de responsabilidade do seu esposo e se este perante a sociedade estive cumprindo seus deveres com dignidade era o que bastava.
Isso como em tudo na vida não era regra geral, muitas mulheres foram felizes com essas escolhas e nunca sofreram nenhum ato de desrespeito, viveram de fato felizes, respeitadas e muitas vezes até amadas por seus maridos.
As mulheres foram lutando por sua liberdade e sua independência e a foram conquistando gradativamente, incentivadas ou não pela família, foram mudando a visão da família e até passaram a escolher seus parceiros, não mais pela simples condição de dignidade e trabalho.
O amor passou a ser prioridade nas uniões e hoje vivenciamos essas conquistas em sua plenitude... Podemos ir e vir para onde quisermos, podemos beber e conversar livremente em qualquer lugar, podemos nos vestir da maneira que desejarmos, podemos estudar, trabalhar e até escolhermos com liberdade com quem queremos ficar.
Entretanto, nossa luta parece ter sido em vão quando vemos o triste resultado dessa conquista para muitas mulheres que ficam desfiguradas por conta de surras que levam de seus companheiros, normalmente homens por elas escolhidos entre inúmeras trocas de juras de amor, que perdem a vida na mão de seus maridos, pais de seus filhos, homens pelos quais elas lutavam e até colaboravam para que pudessem assim dar uma vida melhor para a família.
Uma simples suspeita um olhar distraído, uma roupa mais ousada, uma amizade diferente, tudo se torna motivo para suspeita e álibi para uma surra ou um crime de morte...
Lutamos tanto para obter essa liberdade e talvez não estejamos saber como buscar um companheiro de verdade, um homem que nos queira pelo que somos como somos, que nos respeite integralmente como pessoas com direitos e deveres idênticos aos deles...