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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

A Brisa

19 novembro 2022 - 05h00

Esta semana, pensando em nós, no mundo, nos embates, nas guerras, no tanto que vivemos, lembrei de um verso, o primeiro verso de meu Poema “Jamais”. Ele diz mesmo assim: ”o mar jamais nos afasta”. Ainda que usemos o mar para nos afastarmos de algo, até de alguém, por umas tantas vezes em nossa estranha vida. A Natureza nos junta, observemos o quanto ela consegue nos ligar. O artificial é menos forte, menos convincente, menos efetivo no seu alcance.
Sim, tenho sentido o afastamento das pessoas. Estar-se em grupos não ajunta as pessoas. Alias, bem ao contrário é o que temos visto se exibir. Olharmos o mesmo ponto não nos une efetivamente. Olhe em volta, verá os demonstrativos do que estou falando.
Temos criado muitos adversários. Isso só estimula os conflitos, o que separa tanto, tantos.
A Poesia abre portas, abre corações, nos estimula ao encontro, à junção, à união dos nossos seres. Tentemos perceber isso. Aos poucos, passo a passo.
Trago o Poema “Jamais”:
“o mar jamais nos afasta/ encanta o eterno repetir marinho/ que doce chega a meus pés/ acarinha/ vem e vai//
adiante mostra a concha/ que se enrola sobre si mesma//
a sua poesia me questiona por quê/ não nos voltamos mais sobre nós mesmos/
olhar para dentro de si/ só um instante de silêncio/ a ouvir o sussurrar/ das vagas a se repetir/ e nos dizer/ suavemente liquidas/ o que o vento em nosso ser/ insiste/ sem que queiramos ouvir/ reconhecer/ perceber/ somos o que vive/ dentro de nós”
O mar nos vem, nos emociona com seu carinho, repetindo-se, insistente, persistente. Um somar-se em seus atos naturais. Ele não desiste. Quem mais resiste somos nós a seu vem e vai.
De fato, a concha nos provoca por eterno. Ali, ante o mar, ante nós, em sua forma que se exibe perene. Seu modelo, seu exemplo nos envolve, mas, será mesmo que entendemos o que ela nos oferece? Será que conseguimos nos aperceber em nossa própria vida o quanto temos a aprender?
As vagas delicadamente nos provocam a postura de colocarmo-nos suaves ante o mundo que nos cerca. Há tanto a aprender, tanto a adquirir, tanto a alcançar. Por que não nos voltamos a vermos a nós mesmos?
E o que nos diz a brisa? Sobre o mar ou sobre as folhas das árvores? Como ela nos chega? 
Dividir a brisa em suas suaves manifestações nos leva a ser melhor. Como podemos a tudo isso perceber? 
Temos de nos colocarmos acessíveis à Natureza? E como isso se realiza? como isso repercute? Como podemos espalhar tal aprendizado aos demais? 
A Poesia da Vida em seu valor quer que nos demos as mãos. Não apenas um contato. 
O que precisamos é união, é vontade, o sentimento da necessidade de união que nos leva para o alto do nosso Ser. Nos juntarmos em favor do Bem.
Quando iremos nos colocar ante a Poesia do Ser Humano, ante a Poesia do que vive em nosso interior? Que tanto nos provoca sem que entendamos o tanto que nos é dito e dito e dito...