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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

A Música Segundo Tom Jobim

10 setembro 2022 - 05h00

Esta semana estava revendo o filme do grande cineasta brasileiro Nelson Pereira dos Santos "A Música Segundo Tom Jobim", com apresentações de sua música. Nelson é um dos grandes marcos do nosso Cinema. Ele era de 1928, nascido em São Paulo, um pouquinho mais novo que minha mãe. Veio a falecer em 2018, no Rio de Janeiro. Também era um Mestre, muito atento a nossa Arte, em especial à literatura. Fez filmes sobre a obra de vários, como "Vidas Secas" (1963), "Como Era Gostoso o Meu Francês" (1971), "Memórias do Cárcere" (1984). Lembro de um sucesso, de muito impacto bem lá atrás, em 1955, o "Rio, 40 Graus", em que choca meio mundo, abrindo um novo cinema brasileiro. Ele deixou uma obra muito envolvente mesmo. 
Nesse filme sobre o nosso caro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, sem nenhum narrador, vem nos as imagens, uma a uma, como num documentário. 
Sempre com apresentações dele ou de célebres interpretes de sua música. 
Jobim era carioca, nasceu no Rio de Janeiro em 1927. Veio a falecer em Nova York, nos Estados Unidos, em 1994. Assisti uma apresentação dele, com Vinicius de Moraes e outros, num espaço no Rio, ali por Botafogo, o famoso "Canecão". Encantou muito. Como lembro, de assistir pela televisão aquele III Festival Internacional da Canção, em 1968, no Rio, onde disputou com a composição "Sabiá", feita junto com Chico Buarque, interpretada pela Cinara e Cibele, duas componentes do Quarteto em Cy. Foram vitoriosos, mas saíram do palco vaiados. Era 28 de Setembro de 1968. As vocalistas chorando em razão daqueles 15 minutos de vaia do público, 20 mil pessoas no Maracanã ;zinho. Os jurados de cabeça baixa, "A segunda colocada, a canção "Pra não dizer que não falei das flores" ou "Caminhando", composta e defendida com aparato mínimo de violão e voz por Geraldo Vandré obteve a preferência maciça da audiência", disse a Imprensa. Na autobiografia de 1991 com Gabriel Priolli, o ex-diretor da Globo Walter Clark diz que recebeu "ordem" do governa da Ditadura Militar para que Caminhando e América, América (de César Roldão Vieira) não vencessem. Mas ele disse que não se submeteu. Eu era um estudante de Direito. Outros tempos? 
Vejo Jobim como o maior compositor da música popular brasileira. E, também com a felicidade de ser acompanhado por magníficos letristas, imensos poetas, Mesmo que tenha composto letras excepcionais também, como "Aguas de Março". 
Assisti o filme no Canal Curta, mas tente ver onde conseguir. Vale muito a pena. O filme é uma síntese muito especial da obra do Jobim ao longo de bem uns quarenta anos. Tem apresentações no Brasil como, muitas, lá fora, nos Estados Unidos, Europa, Japão e vai. 
Tenho, de há muito, vários discos do Jobim. Desde Long Plays bem antiguinhos (alguns troquei por CDs) até gravações com registros mais recentes. 
Tenho, claro, uns tantos livros sobre ele. Minha filha, professora de Artes, também guarda seu material sobre o querido Maestro. Vale saber mais.