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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

Educação e Mais

20 maio 2023 - 05h00

Essa semana repeguei um livro do Roland Barthes, edição portuguesa, que tenho lá dos anos de 1970/80, “Escritores, Intelectuais, Professores”. Assisti aulas dele no meu tempo de Sorbonne, era com plateia. Como Linguista, comenta sobre a Fala, referindo-se ao Professor. Diz da Escrita, relativa ao Escritor, claro. E fala do Intelectual, que junta as duas coisas, Escrita e Fala. E aí ele tocou-me o Magistério, onde o Professor tem de dominar a Fala para seu público. Sabemos bem que hoje isso não está fácil na Escola.
Com a destruição da Educação Escolar, em todos os sistemas, tem ficado muito complicado. E não me refiro apenas a falta de equipamentos escolares. Sabemos que as faculdades preparam mal os docentes, com raras exceções. Sem preparo e sem Cultura eles não tem como dominar a classe na Escola. E, somando-se a isso temos a falta de salários dignos para os Docentes, só os humildes o aceitam. Sem isso nem comprar livros eles podem, nem ir a um teatro, nem assistir a um concerto ou ir a uma exposição de Arte. Merecem precisam de mais.
Se pensarmos na realização do Magistério, temos a exibição de três facetas: na primeira o Docente prepara a aula que vai desenvolver na classe com seus alunos; na segunda, quando executa a aula para o melhor aproveitamento dos alunos; na terceira, quando tem de avaliar o que realizou e o aproveitamento dos seus alunos. Muito trabalho. Isso posto, o desrespeito aos Professores é imenso no Brasil, e por demais decadente em São Paulo. Destaco em especial a Educação Pública Paulista, que faz anos está em forte queda de qualidade, em especial nos últimos tempos com o desenvolvimento da visível destruição do Serviço Público. E não se exibe nenhuma expectativa positiva.&n bsp;
Lamentável tudo isso? Sim, com certeza. E o que podemos fazer para impedir? Nossa população nem tem se dado conta disso. Está ocupada ainda em discutir Direita e Esquerda. Não se exibem planos, projetos que possam encaminhar a Educação para um futuro que venha a erguer nossa gente. As lideranças políticas parecem se esconder desse debate.
Na nossa Cidade, na nossa região, temos demonstração histórica da demanda por Educação Escolar. A primeira Escola do Alto Tietê foi instalada na Capela do Baruel, em 1870. Em 1890 criamos a nova Vila, junto a Estação de Trem. Ali, em 1892 foi criada uma nova Escola, que ao longo do tempo vai se tornar a Escola Prof. Raul Brasil. Tentei, mas não vi ninguém comemorar os seus 130 anos de criação. Pois ela foi, depois daquela do Baruel, a primeira Escola de todas as cidades do Alto Tietê, antes da de Mogi. A Escola Helena Zerrener atinge agora seus 70 anos, com festa. Conto que a Escola Morato de Oliveira, que tem uma Capsula do Tempo, que um dia será aberta, também comemore. E a Escola Mar ques Figueira, de 1953, já tem seus 50 anos.
Temos orgulho que que nossos ancestrais ergueram? Podemos melhorar o que temos hoje? É preciso vontade? Quem pode cobrar? Quem pode fazer?