Estava pensando no radicalismo que flutua sobre nós brasileiros. Incomoda muito. Recebemos fakes e pressões de gente despreparada para a vida agregadora, mesmo com diplomas universitários. Isso é contra a paz que necessitamos, com gente para colaborar com os outros. Nosso País é lindo, não se deve desagregar. Precisamos de equilíbrio.
Sei do radicalismo ideológico na França, na Alemanha, em amplas partes da Europa, com papéis complicados. Mesmo nos Estados Unidos as ideologias, cheias de Fake News, avançam forte e rápido. Fui alertado para o que se passa também em Portugal, com os resultados demonstrados nas recentes eleições legislativas. Na minha idadezinha, vivenciar isso não é mesmo o ideal. Incomoda drasticamente.
Como retomar o equilíbrio?
Sei que nada é simples para chegarmos a essas posições medianas. Em especial se tantos preferem até as explosões das guerras que dominam hoje. E nos afetam economicamente e na perda da esperança do mundo adiante.
Voltando a Portugal, uma terra que amo de há muito, sentir que lá se destacam as posturas radicais, especialmente de anti-imigrantes, fortemente contra brasileiros, incomoda. Muitos nem sabem, mas a presença brasileira hoje em Portugal atinge perto de quatrocentos mil pessoas. Num país com pouco mais de dez milhões de habitantes, isso é muito, é significativo. Os jovens portugueses, até bem preparados, saem do seu país, por melhores salários, depois de formados. E sobram vagas de alta, média e pequena qualificação. A Economia Portuguesa não está em decadência, bem ao contrário, e precisa de gente de fora, claro.
E, com tudo isso, saber que perto de 40% dos eleitores portugueses se abstiveram de votar, arrasa, preocupa. As informações precisas não chegam a todos. Aqui no Brasil, vamos lembrar, nas últimas eleições, de 2022, trinta e dois milhões de brasileiros não compareceram às urnas. Isso significa que nada do que acontece os está envolvendo. Muita gente nem sabe ser afetada por tanta coisa. Só desinformação? Isso mostra a falta de Educação, área abandonada, por todo o nosso País e mesmo em nosso estado de São Paulo.
A ONU (Organização das Nações Unidas), que tem seu Conselho de Segurança paralisado pelos países poderosos sobre as guerras de Israel e Ucrânia, lançou esta semana o novo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), onde o Brasil melhora a nota e cai posições, afetadas pela Saúde, Educação e Renda, menor que Argentina. Tropeçamos mais.
Conheci Portugal, presencialmente, há mais de cinquenta anos, ainda na Ditadura Salazarista. Era um país sem muita expressão. Mas já amava a sua Arte, sua Literatura, fiz meu primeiro Mestrado sobre a Poesia de Eugénio de Andrade, o maior Poeta contemporâneo português, que, como todos os poetas após Fernando Pessoa, são ignorados no Brasil. Parece que só ouvimos falar de Saramago porque ganhou o Prêmio Nobel. E, se Portugal merece equilíbrio, o Brasil, devemos reconhecer, também o merece.
O que cada um de nós pode e deve fazer? Já pensamos no quanto podemos contribuir? Pensemos nisso, gente!