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Jornal Diário de Suzano - 28/04/2024
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Coluna

Esperança e Vontade

23 julho 2022 - 05h00

Pois é, as coisas vão vindo e se somando. A maioria das pessoas que se manifestam nas redes sociais evitam expressões trágicas. Claro, temos lutos, perdas, mas vejo que quase sempre se busca oferecer uma esperança. Prefiro isso também, com certeza. Mas também tenho visto gente passando até ideias negativas. 
Não é mesmo o comum nesses tempos de pandemia. E entendo mesmo que nem deve ser. Já tem sido difícil para todos nós passar estes últimos anos. A coisa ainda não acabou, eu sei bem. Tenho até amigos ainda se infectando com um mal, vírus ou ideológico. Mas deixa pra lá. Esses poucos não vão nos derrubar.
Fiquei feliz com o sucesso da Bienal do Livro deste ano. A Classe Média inventa. Sei que livro é muito caro no Brasil, ante as condições de vida dos brasileiros, especialmente agora. Mas sabemos que o texto lido nos amplia.
De tempos em tempos tenho de me desfazer de uma quantidade de livros. Até porque não temos espaço para tudo. Quando me aposentei me desfiz de muitos. Muita coisa de pesquisas acadêmicas. 
Repassei para amigos que persistiam na área, escolas, bibliotecas públicas, gente que doa e fui. Também há um tanto que conservarei para fins especiais.
Tenho uma bela coleção de revistas literárias, umas poucas originais, umas outras fac-simile, conforme a idade, conforme pude. Faz tempo isso. A Cristiane, minha mulher, fez o seu Mestrado na Sorbonne, lá nos anos de 1970, justamente sobre o precioso “Jornal das Famílias” (antes “Revista Popular”), coisa do século XIX (1859 – 1878), que só a Biblioteca de Paris possui exemplar original. Mas tenho material desde o “Correio Brasiliense”, de Hipólito da Costa, material de 1808, como também passando pelas Revistas Modernistas, como a “Klaxon”, aí de 1922-1923, e pela “Revista de Antropofagia”, de 1928. Mas tenho também coisa lá do tempo da “Revista da Sociedade Philomática”, coisa de 1833 e a “Revista Nitheroy”, de 1836, passando pela “Revista Terra Roxa... e Outras Terras”, lá de 1926, como pela “Revista VERDE”, de 1927. São cerca de cinquenta exemplares. Daria uma exposição muito especial, ainda que exija adequações. Um dia se quiserem a gente consegue.
No ano passado fiz uma palestra sobre a Semana de Arte Moderna de 1922. E este ano, faz pouco, agora no meu aniversário, fui premiado, com o carinho de um presente justamente sobre isso, a publicação do conjunto “Toda Semana – Música e Literatura na Semana de Arte Moderna”, sobre o fantástico evento de 13 a 17 de Fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo. 
O material conta com livro (em português e inglês) e CDs com partes das palestras, protestos, poemas, apresentações musicais do evento. Coisa com o Selo SESC. 
Aliás, o SESC bem que poderia fazer uma exposição, um brilhante evento com tais materiais. 
É de impactar. Ao ouvir trechos de palestras de então sinto que hoje ainda produz comoção. 
Gente, temos muito a aprender com coisas bem perto de nós, até aqui com os nossos avozinhos.